Compassivo e manso, Jesus, o Servo de Javé, não esmorece e não desanima, nem se abate, mediante os obstáculos dos adversários do reino. Viver a sua Páscoa é o que Ele nos propõe, em alto e bom tom, mesmo na ansiedade e no medo de aldeia global. Deus quer, na perplexidade, na solidão solidária e na temeridade, por tudo que acontece, que nada seja em vão.
A Semana Santa quer ser o nosso Getsêmani. O Sinédrio de outrora decidiu pela flagelação ou paixão do nosso Mestre e Senhor. Associados ao ministério do gemido e da suprema angústia do homem de Nazaré, na provação, abandono e solidão de uma multidão de irmãos e irmãs, experimentemos sua afável compaixão. Com esta pandemia do coronavírus, que as pessoas tenham os dias da Paixão do Senhor como dias verdadeiramente sagrados, que saibamos considerar o silêncio do isolamento como ocasião de luminosa e esperançosa revelação.
Nesta Sexta-Feira da Paixão (10/4/2020), com toda a Igreja, que a nossa súplica chegue aos céus, na intenção das vítimas da nefasta pandemia, a desolar o mundo: “Deus eterno e omnipotente, único refúgio daqueles que sofrem, ouvi benignamente a aflição dos teus filhos que sofrem esta pandemia; alivia a dor aos que sofrem, dá força a quem está a seu lado, acolhe na tua paz os que já pereceram e, para todo este tempo de tribulação, faz com que todos encontrem o auxílio da tua misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo”.
Como na música apropriada a este tempo favorável: “Eu me entrego, Senhor, em tuas mãos, e espero pela tua salvação!”, estejamos unidos ao Papa Francisco, por vê-lo com o coração compungido, na mesma angústia do nosso Deus, sua Igreja também isolada e esvaziada, mas que sejam dias de fecundidade, tempos de graças intensas e constantes, na esperança de encontrarmos todas as coisas restauradas em Deus. Assim seja!