Interesse pela arte e cultura pode aumentar longevidade

    “Não existe meio mais seguro para fugir do mundo do que a arte, e não há forma mais segura de se unir a ele do que a arte. Só a arte permite a realização de tudo o que na realidade a vida recusa ao homem”.

     Johann Goethe, poeta, romancista, dramaturgo, diretor de teatro, filósofo, teórico de arte e estadista alemão.

    As pessoas que se dedicam com regularidade a atividades ligadas à arte e a cultura podem ver o risco de morte descer entre 14% e 31%, assinala um estudo publicado pelo “British Medical Journal” (BMJ).

    Os pesquisadores da University College de Londres analisaram uma amostra de 6710 pessoas que em 2002 tinham 50 ou mais anos, e em 2004/5 perguntaram-lhes quanto tempo destinavam a visitar museus ou a ir a concertos ou ao teatro, a par de um conjunto de questões sobre o seu percurso de vida.

    O estudo, que seguiu os participantes até 2018, ano em que quase um terço do grupo inicial tinha morrido, revelou que as pessoas que frequentavam eventos culturais uma ou duas vezes por ano tinham menos 14% de possibilidades de morrer comparativamente com os indivíduos que dispensavam aquela ocupação.

    Os resultados, que tiveram em conta uma ampla gama de fatores sociais, como estatuto socioeconômico, condições de saúde, comportamentos, estado cognitivo e compromissos sociais e cívicos, revelaram que aquela percentagem subiu para os 31% para quem, ao longo de 12 meses, foi mais assíduo à oferta cultural.

    O trabalho enquadrou-se no interesse crescente, na comunidade científica e no público em geral, pelos benefícios que a arte pode contribuir para a saúde, refere o “British Medical Journal”.

    As atividades artísticas são classificadas como intervenções de saúde “multimodais” (Que apresenta vários aspectos ou vários modos), porque combinam múltiplos fatores psicológicos, físicos, sociais e comportamentais com uma motivação estética intrínseca ao envolvimento com as artes, destacam os pesquisadores.

    Estudos realizados anteriormente sugeriram uma associação entre o interesse pelas artes e a prevenção e tratamento de problemas mentais, como depressão e demência, a par de melhorias nas condições físicas de saúde.

    O envolvimento com as artes, aponta o “British Medical Journal”, pode estar ligado à longevidade ao aliviar o stress e a depressão crônicos, fornecendo recursos emocionais, cognitivos e sociais que apoiam sistemas reguladores biológicos e escolhas comportamentais.

    A mesma fonte salienta que a relação com as artes contribui para reduzir a solidão, associada à mortalidade, promover as capacidades cognitivas, desenvolver a empatia, a percepção social e a inteligência emocional, todas ligadas a maior longevidade. A redução de comportamentos sedentários, que afetam negativamente a saúde cardiovascular e a função imunológica, e a diminuição de comportamentos de risco são igualmente vantagens comumente ligadas ao gosto pelas artes.

    As artes propiciam, ainda, o desenvolvimento da criatividade e da imaginação, fatores que têm sido associadas à longevidade, observam os pesquisadores.

    Conclusão

    Sair da vidinha medíocre, da rotina, da mesmice, da repetição, ou seja, desta liturgia mortal, significa sabedoria pelo bem viver, conhecimento que renova a vida, as belas surpresas da felicidade e a busca de novos horizontes.

    Se envolva com amor e paixão pela arte, cultura, poesia, literatura clássica, música, dança, pintura, escultura, teatro, cinema, cursos artísticos, visitar museus, exposição de artes, cidades históricas e retiros de espiritualidades. A conexão do fator psicológico com a arte, com a consciência, com a alma, asseguram a saúde, devido ao cognitivo e as novidades captadas pelo cérebro.

    Psicanálise é arte, é a beleza da saúde do corpo, da mente e da alma. Ensina a lidar com sapiencialidade a ciência e a tecnologia em prol da qualidade de vida. A terapia psicanalítica é a arte arqueológica do inconsciente e a imensurável decoração da consciência bela, serena, feliz, sábia, afetiva e abissal de se amar a si mesmo e a capacidade de se relacionar amorosamente sem causa de dependência.

    A beleza da arte é o amor e o amor é o abissal da arte com delicadeza. Amor é saúde, é alegria, é poesia com afetuosa melodia. É terapia que cura com ternura.

    Dr. A. Inácio José do Vale

    Psicanalista Clínico, PhD

    Professor de Pós-Graduação da Faculdade Norte do Paraná

    Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ.

    Autor do Livro: “Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica”.

     

    Fontes:

    https://www.snpcultura.org/interesse_pela_arte_e_cultura_pode_aumentar_longevidade.html

    https://www.pensador.com/frases_sobre_arte/

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