Começamos mais uma caminhada de quarenta dias, quando teremos a oportunidade de renovar nosso processo de conversão, acreditando na possibilidade de mudança nas nossas práticas de vida cristã. A Quaresma, no momento de instabilidade da vida humana, é tempo propício para renovação batismal, de novas chances no despertar da confiança das pessoas em Deus.
A conversão supõe criar intimidade com Deus, que é justiça e bondade. Ele nos acolhe em seu íntimo e nos dá possibilidade para uma vida mais feliz e realizada. Em vez de destruição, como aconteceu no dilúvio, caminhamos para a salvação, para uma consciência purificada, totalmente livre e comprometida com o bem e com a vida pascal, acontecida em Cristo ressuscitado.
Deus é como a arca que salvou Noé e seu povo dos perigos das águas do dilúvio. Este é o sentido do batismo, que vai sendo revigorado em todo período quaresmal, dando novo comportamento e dimensão para a vida de fé. É muito necessário para fortalecer o cristão no seu inadiável compromisso de transformação da sociedade.
Estamos sempre enfrentando as pressões do mal que pairam sobre a sociedade, e que têm muitas faces. Não é fácil ser autêntico e comprometido com as causas do bem. Dependemos das forças do alto, da presença de Deus em nossa vida, pois, a missão de Jesus começa com a vitória sobre o mal.
A Quaresma começa com o término do carnaval, na 4ª Feira de Cinzas, quando saímos do tempo de fartura, de muitas festas, para começar um tempo de penitência. Com isto lembramos os quarenta dias de Moisés no monte Horeb e a penitência de Jesus no deserto da Palestina, preparando-se para o anúncio do Reino do Pai.
O momento é oportuno para a pessoa deixar para trás as preocupações mundanas e ir ao encontro das que são do alto, de volta para Deus. A meta a alcançar é a Páscoa do Senhor, a alegria do Cristo ressuscitado e presente na história e na vida das pessoas que, sinceramente, O encontram.