Temática estará inserida no painel «Reconciliação e Perdão», este sábado em Évora
Um dos painéis do 3.º Encontro Nacional de Leigos, este sábado em Évora, vai olhar para as pessoas que atualmente sofrem com a realidade do aborto, por terem-no praticado ou sido cúmplices na sua prática.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, Pedro Gil, que vai moderar o debate intitulado “Reconciliação e Perdão”, realça que existem hoje pessoas que são “vítimas do aborto”, cujas “feridas é urgente curar”.
“A ideia da reconciliação e perdão”, realça o diretor do gabinete de imprensa do Opus Dei, “tem a ver não só com a pacificação entre pessoas desavindas, mas também com aquele processo de cura interior pela qual elas se libertam do peso das coisas que fizeram erradamente”.
A prática do aborto, a par de outras questões ligadas ao direito à vida, como a eutanásia e a procriação medicamente assistida, continuam hoje em debate na sociedade portuguesa.
Além da situação das pessoas envolvidas na prática da interrupção voluntária da gravidez, que contará com uma intervenção da psicóloga Maria José Vilaça, o painel “Reconciliação e Perdão” vai abordar também esta temática “na vida e no sacramento” e “em pessoas presas”.
Neste caso com o apoio dos oradores Pedro Valinho Gomes, teólogo e assessor-executivo do Santuário de Fátima; e Cláudia Assis Teixeira, presidente da Associação de Visitadores de Reclusos.
O 3.º Encontro Nacional de Leigos, sob o lema “Nada nos é indiferente entre a Terra e o Céu”, conta com a organização da Conferência Nacional do Apostolado dos Leigos e pretende contribuir para uma reflexão alargada à realidade atual, nos vários setores da sociedade.
“Nós estamos numa época em que tudo é muito apressado e podemos ser envolvidos numa espécie de correnteza que nos arrasta e temos que parar para pensar, sobretudo com profundidade, e esse é o grande desafio deste encontro”, sublinha Pedro Gil.
Esta iniciativa, que deverá contar com cerca de mil pessoas inscritas, quer envolver cristãos e não-cristãos, portugueses e estrangeiros, membros de movimentos ligados à Igreja Católica e público em geral.
A Portugal e a Évora, mais concretamente à Igreja de São Francisco, vão chegar figuras como a iraquina Pascale Warda, ativista pelos direitos humanos no seu país; o espanhol Luis Ventura Fernández, antropólogo e leigo missionário na Amazónia; e o norte-americano Joseph Campo, que através do cinema tem denunciado a realidade da pobreza em Nova Iorque.
Para a jornalista Laurinda Alves, que também está envolvida no encontro nacional do Alentejo, o evento será também uma oportunidade para os cristãos darem “um olhar que humaniza” a uma “realidade às vezes tão desumanizada e fragmentada”.
Neste sentido, a ideia passa “muito por buscar esta ideia do Papa Francisco” que apela a “abrir às periferias, a derrubar fronteiras, a fazer com que ninguém se sinta excluído”, complementa.
Fonte: Agência ECCLESIA