Igrejas Armênias do Brasil concluem centenário do genocídio armênio com Missa no Santuário de Aparecida

Como ato conclusivo da celebração do centenário do genocídio armênio, no Brasil, foi realizada uma Missa, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), no domingo, 2, que contou com a participação de membros de diversas Igrejas Armênias presentes no país. A celebração recordou as mais de 1,5 milhão de pessoas que foram mortas nos massacres realizados pelo Império Otomano, entre 1915 e 1923.

A Missa foi presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis. Estiveram presentes o embaixador da República de Armênia, H.E. Mr. Ashot Galoyan, a Cônsul honorária da República de Armênia em São Paulo, Ms. Hilda Diruhi Burmaian, o representante da Igreja Apostólica Armênia do Brasil, Dom Nareg Berberian, o Bispo da Igreja Armênia Católica, Dom Vartan Waldir Boghossian, o padre Der Boghos Baronian e o Presbitero Vartan Moumdjian. A celebração ocorreu no altar central da Basílica.

Em sua homilia, Dom Damasceno definiu esse acontecimento histórico como “trágico” por ceifar a vida de tantas pessoas indefesas.

“Nessa celebração, queremos recordar com nossos queridos irmãos armênios que vivem no Brasil e representados pelos seus concidadãos, presentes hoje no Santuário Nacional, o centenário do Genocídio Armênio. Esse trágico acontecimento, considerado o primeiro genocídio do século XX, nos anos de 1915 e 1923, perpetrado pelo Império Otomano, resultou na morte de um milhão e meio de vítimas, entre bispos, sacerdotes, religiosos, homens, mulheres, idosos, crianças e doentes indefesos”, relatou.

O Cardeal recordou ainda que a Armênia “foi o primeiro país a adotar o cristianismo como religião de Estado, no ano de 301, depois de Cristo” e que este povo possui “uma grande identificação com a fé cristã”.

O Arcebispo de Aparecida destacou ainda que a celebração do centenário não quis apenas recordar as milhares de vítimas, mas também foi um convite para “rezar por suas almas e pedir a Deus, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida e do bispo mártir do genocídio armênio, o beato dom Inácio Maloyan, por aqueles e por aquelas que ainda hoje são por causa de sua fé em Cristo ou da sua pertença étnica, assassinados, decapitados, crucificados, queimados vivos ou então forçados a abandonar suas terras”.

Na página dedicada ao Centenário do Genocídio Armênio no Brasil, no Facebook (https://www.facebook.com/pages/Centen%C3%A1rio-do-Genoc%C3%ADdio-Armenio-Brasil/653146188129650), seus editores expressam o agradecimento a Dom Damasceno, aos representantes do consulado e da Igreja Apostólica Armênia. “Sentimo-nos em casa e na companhia da Mãe Nossa Senhora Aparecida”, escreveram.

O genocídio armênio é conhecido como o assassinato de um milhão e meio de cristãos armênios pelos turcos, entre 1915 e 1923. No dia 24 de abril, recordou-se os 100 anos do início do massacre, pois foi nesta data em 1915, que as autoridades turcas prenderam 235 membros da comunidade de armênios em Istambul; dias depois a cifra de prisioneiros subiu para 600. Posteriormente, uma ordem do governo central decretou a deportação de toda a população armênia, sem a possibilidade de obter os meios para a subsistência ao longo do caminho. Eles foram forçados a caminhar centenas de quilômetros, enfrentando zonas desérticas, a fome, a sede e enfrentamentos com salteadores, o que levou a grande maioria à morte.

Até a data a Turquia se recusa a reconhecer o fato como genocídio.

Fonte: Acidigital