A coordenadora provincial do Movimento ‘Fé e Luz’ em Portugal, Olga Grilo, afirmou que as pessoas com deficiência “ainda têm dificuldade em encontrar o seu lugar na Igreja”.
“É preciso derrubar barreiras, para criar relações autênticas, é preciso não ter medo do outro”, referiu a responsável à Agência ECCLESIA, durante a peregrinação a Fátima que assinalou os 40 anos da instituição católica em Portugal.
O Movimento ‘Fé e Luz’ nasceu em 1971, em França, por iniciativa do filósofo e teólogo Jean Vanier e da professora francesa Marie Helene Mathieu, tendo no seu centro “as pessoas com deficiência intelectual, rodeadas de seus pais e familiares e amigos.
A iniciativa chegou a Portugal há quarenta anos para apoiar as pessoas com deficiência e suas famílias, ao mesmo tempo que trabalha a dimensão da fé tentando colmatar a escassez de iniciativas pastorais dirigidas a estas pessoas.
Constança Festas recorda à ECCLESIA como a deficiência da filha se tornava incomodativa nas celebrações litúrgicas: “Isso levou ao meu afastamento da Igreja e só voltei quando alguém me disse que a minha filha tinha todo o direito a participar na comunidade cristã e a celebrar a sua fé”.
A proximidade do Movimento ‘Fé e Luz’ ajudou também Miguel Duarte, de 40 anos, que nunca imaginou estar num grupo que respondesse às suas necessidades especiais.
“É muito bom para crescermos na fé e nos amigos da alegria que é o emblema do nosso grupo”, relata.
O padre Fernando Rosas, assistente nacional do ‘Fé e Luz’, identifica algumas fragilidades no trabalho pastoral da Igreja Católica que diz ser, por vezes, “demasiado burocrático e tecnocrático”, em vez de ser “coração a coração, mão na mão e com todos”.
No Ano da Misericórdia, Olga Grilo lembra que esta só acontece quando se olha para o outro “para lá das diferenças”.
A coordenadora provincial do Movimento Fé e Luz considera que “esse é um caminho ainda longo” por percorrer.
Os membros deste Movimento estiveram em Fátima, de sexta-feira a domingo, para participar na peregrinação comemorativa dos 40 anos da presença desta associação em Portugal, que teve por tema ‘Enraizados na fragilidade, vivendo na alegria’.
Fonte: Agência Ecclesia