Igreja/jovens: É essencial reforçar a dinâmica de uma «Igreja presente e à escuta» – D. Américo Aguiar

Bispo auxiliar de Lisboa participou nas conferências de maio do Centro de Reflexão Cristã e reforçou importância da JMJ 2022 que vai ter lugar em Portugal

Lisboa, 28 mai 2019 (Ecclesia) – O Centro de Reflexão Cristã encerrou este domingo um ciclo de conferências de maio com a abordagem ao tema ‘Os jovens descobrem Deus’, no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa.

A iniciativa contou com a participação de D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa que está envolvido na organização da próxima Jornada Mundial da Juventude, que vai ter lugar em 2022 na capital portuguesa.

Para aquele responsável, é essencial “alargar as realidades onde os jovens aderem” à Igreja Católica, seja a partir de iniciativas mais globais como as JMJ seja através do exemplo de outras realidades ou projetos, como “os escuteiros” ou a “Missão País”.

“Não são os jovens que tem de se encaixar, mas sim nós que temos de nos adaptar”, frisou D. Américo Aguiar que, citado pelo portal Educris, destacou o protagonismo que cada vez mais os jovens querem assumir na sociedade, com um olhar sobre as últimas eleições europeias.

“Ainda havemos de ver se os mais novos exerceram agora ou não o direito de voto. Estou convencido que o voto verde seja ligado aos jovens e é bom que assim seja”, sustentou.

Sobre a organização da JMJ 2022 em Portugal, o bispo auxiliar de Lisboa sublinhou este evento como uma oportunidade privilegiada para chegar aos mais novos e reforçar a proximidade da Igreja Católica junto deles.

“Nas JMJ vemos centenas de milhares de jovens tão diferentes onde o essencial da vivência cultural está presente e onde sentem que naquele momento a Igreja está presente e à escuta para eles”, frisou D. Américo Aguiar, para quem é esta atitude atenta que deve caraterizar sempre a relação com os jovens.

“Temos de garantir a atenção ao outro, à pessoa. Os jovens são sensíveis a isso, à atenção da Pessoa. Quando mostramos que ser cristão é isso conseguimos cativar e eles conseguem descobrir Deus”, completou.

No encerramento do ciclo de conferências de maio do Centro de Reflexão Cristã participaram também o antropólogo Alfredo Teixeira e o arquiteto e músico João Valério, numa mesa moderada por Guilherme d’Oliveira Martins, administrador da fundação Calouste Gulbenkian.

Segundo Alfredo Teixeira, o discurso da Igreja Católica sobre os jovens cai por vezes no espaço da “ficção” porque não consegue chegar ao “modo como os jovens vivem e habitam a experiência humana”.

“Falar de Jesus Cristo é falar da hospitalidade que se diz nos gestos de Jesus a que eles são sensíveis. Não o Deus do pai tutelar, mas sim o do Deus amigo. A amizade é lugar privilegiado de descoberta do mundo para os mais novos”, explicitou o professor da Universidade Católica Portuguesa.

João Valério desafiou por sua vez os participantes da conferência a olharem para o tema proposto a partir da forma negativa, ‘Os jovens não descobrem Deus’, para realçar a urgência de ir não só ao encontro dos jovens que estão fora da Igreja mas também daqueles que “estão dentro e que não encontram aí respostas sólidas às suas questões”.

É essencial, neste mundo “acelerado”, proporcionar aos mais novos “espaços e tempos de silêncio, de verdadeiro encontro com Deus, os outros e consigo próprio”, para que eles “possam encontrar Cristo para lá das aparências que não lhes permite um acesso ao transcendente”, completou.

O Centro de Reflexão Cristã assume-se como um espaço de “diálogo entre cristãos de diferentes sensibilidades” proporcionando também o encontro entre “cristãos e não cristãos”.

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