HONRAR A DEUS DE TODO O CORAÇÃO

     Jesus enfrentou questionamentos de alguns fariseus sectários, hipócritas, péssimos intérpretes da Lei (Mc 7,1-23).  Isto mostra como é possível que ocorram escolhos na vida religiosa. De tais desvios devem seus seguidores se eximir para evitarem condutas falsas, julgando, contudo, estarem agindo corretamente. Todo cuidado é pouco para afastar sempre estas caricaturas espirituais. São impasses que impedem honrar de verdade a Deus, servindo-O de todo o coração. Cumpre se lembre sempre que há necessidade de se ter uma visão correta dos preceitos divinos e, assim, estar em tudo libertado por Cristo dos entraves suscitados pelos homens. Ele o único mestre sábio, humilde, verdadeiro, obediente à Lei, porque inteiramente fiel aos ensinamentos do Pai. O trecho do Evangelho citado convida então a ter um procedimento tal que se comporte, penetrando amplamente na sua mensagem de hoje, a qual sublinha dois desvios bem característicos da sociedade hodierna que influencia a tantos cristãos. Com efeito, nota-se, por vezes, apenas uma preocupação asséptica ritualista corporal, esquecida a pureza interior da própria consciência. Percebe-se que os termos empregados pelo Evangelista, como lavagem, aspersão, mostrava o cuidado farisaico da limpeza. Após as advertências de Louis Pasteur e os transtornos da pandemia este cuidado de toda a sociedade se tornou imprescindível. Isto, porém, por razões higiênicas e não rituais. Contudo é possível até que tenha havido alguma negligência condenável da parte dos discípulos de Jesus. Louváveis, portanto, os cuidados higiênicos, condenável, porém qualquer atitude ritualista. Longe, portanto, a pureza ritualista com hábitos sanitários impregnados de crendices. Jesus alertou contra as autênticas impurezas, pois a pior delas é o coração imundo, poluído. É sobre isto que Jesus deixou uma magnífica lição. A principal pureza que o cristão deve buscar é aquela que Deus oferece, inclusive os próprios hábitos sanitários que a caridade fraterna exige. Felizmente quantos cristão cuidam sabiamente de seu corpo, porque sabem que ele é o templo do Espírito Santo, fugindo, porém, sempre das distorções da vaidade e do desperdício com os exageros desnecessários com relação à saúde. Em segundo lugar. É preciso o cuidado com a mania de uma sociedade que passa a endeusar estas preocupações físicas em detrimento da uma postura equilibrada, fugindo dos excessos dos cuidados com o corpo, movido isto pela fatuidade e cultivo do supérfluo. A propaganda dos cosméticos alimentam, por vezes técnicas que bem se assemelham à multiplicidade condenável que Jesus fustigou. Não se pode, como o Mestre divino alertou, desprezar os mandamentos divinos pelas tradições meramente humanas, que têm tanto poder de transmissão e persuasão no que tange os costumes e se tendem tornar uma idolatria corporal. Os fariseus tinham substituído o mandamento divino por seus costumes que eram imediatamente utilizáveis, explicáveis e facilmente acatados, mas, eivados de desvios. Quantos até se tornam escravos da moda. Segundo pesquisas recentes a moda é o segundo setor que mais explora o trabalho escravo no mundo. Trata-se da prevalência das veleidades do momento. Surgem então leis de acordo com a mentalidade reinante, donde o formalismo e o ritualismo, ficando obscurecido o caminho espiritual. Desvios assépticos ou determinados procedimentos que levam a agir como os fariseus do evangelho de hoje condenados por Jesus. Atitudes às vezes até ridículas.  É preciso neste caso perceber o que é doutrina meramente humana errônea para imediatamente a recusar ou o mandamento do Senhor para o colocar em prática. Cumpre então seguir o conselho de São Tiago, escutar humildemente a Palavra de Deus semeada em nós. Escutar significa acolher as mensagens divinas do Deus Altíssimo, uma louvável saída de si mesmo para vivenciar os apelos do Ser Supremo. No Apocalipse está claro o que Deus fala: “Eis que estou à porta e abro. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em casa dele e cearemos juntos eu com ele e ele comigo” (At 3,20-21). O verdadeiro mal é não captar o projeto de Deus, seu grande desejo de salvação como os fariseus que edificaram um legalismo vazio de amor. Deus não quer que o homem o honre com prescrições superficiais, mas deseja que seu coração esteja perto dele, fazendo o que Ele quer e não o que erroneamente preceituam os homens. O cristianismo é verdadeiramente a religião do coração O que emana de um coração sincero, autêntico, puro, é que conta diante de Deus. Uma esmola dada por mãos perfumadas de quem é egoísta, vaidoso, não enobrece a pessoa que faz tal oferenda. Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

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