Em sua milenar história a Igreja tem ostentado uma multidão de homens e mulheres que entenderam e puseram em prática a ordem de Jesus “Sede perfeitos, como o Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Entre eles está o ínclito Santo Antônio. Fernando foi o nome que ele recebeu no dia de seu batismo em Lisboa, cidade que o viu nascer em 1195 dentro de uma família nobre e rica. Filho de Martinho de Bulhões e Maria Teresa de Taveira, pais de comprovada virtude, que puderam e souberam transmitir ao filho um exemplo magnífico de vida cristã. Bem cedo fulgiram as qualidades de Fernando, que primava pela piedade e correção de atitudes. Sua primeira escola foi a comunidade dos cônegos da catedral de Lisboa. Completados os quinze anos quis entrar para a Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. Em Lisboa, a visita de parentes e amigos o distraiam de seu grande objetivo que era uma profunda união com Deus e a entrega total a seus estudos a bem do apostolado que tinha em mira. Isto motivou o pedido de Fernando para ser transferido para a cidade de Coimbra, onde prosseguiu sua trajetória de eclesiástico exemplar. Certa vez ele presenciou a partida de cinco franciscanos para as missões na África e surgiu no seu coração o desejo de se tornar discípulo de São Francisco. Um fato o fez tomar esta resolução: aqueles missionários que tinham ido para a África haviam sido martirizados pelo Evangelho e Frei Fernando assistiu o féretro daqueles heróis em Portugal. Fez-se franciscano e, em 1220, quando tomou o nome de Antônio com o qual entraria na História como um dos santos mais populares de todos os tempos. Logo se colocou à disposição de seus superiores para as Missões na África, visando a conversão dos mouros. Tais não eram os planos de Deus, pois, lá chegando, uma enfermidade o obrigou a regressar à Europa, indo não para Portugal, mas para a Itália, pois uma tempestade desviou a embarcação para as costas da Sicília. Desembarcou em Messina e, de lá, foi para Assis, onde estava São Francisco. No Capítulo Geral da Ordem passou despercebido. Entretanto, como houve logo depois uma ordenação sacerdotal em Forli, faltando o pregador, ele foi escolhido para falar à comunidade dos frades. Sucesso absoluto! Todos ficaram encantados com a unção daquele jovem pregador e com o conteúdo de sua doutrina. Concluíram que ali estava um talento escondido e que deveria ser aproveitado a bem da Evangelização. Grande era, de fato, sua ciência e sabedoria. São Francisco mesmo o encarregou de ensinar teologia aos frades. Antônio lecionou em Bolonha, Montpellier, Tolosa e Pádua. Sábio, seus sermões arrastavam multidões que enchiam as igrejas para escutar a Palavra de Deus tão bem transmitida. Toda a sua doutrina foi um incansável anúncio do Evangelho. A pregação era o seu modo de acender a fé nas almas. Ouvintes de todas as classes sociais e crenças escutavam sua palavra que tocava os corações mais empedernidos. Ele combatia com denodo as heresias. Gostava de pregar sobretudo para os pobres e admirável sua caridade para com os mais humildes. Era um enamorado da Santa Pobreza. Transmitiu o conteúdo da fé e fez acolher os valores do Evangelho de acordo com a cultura popular de seu tempo. Sua fama se espalhou e as graças que as pessoas alcançavam com suas bênçãos fizeram com que entrasse para a História como o santo dos milagres mais extraordinários. Faleceu com trinta e seis anos. Ainda hoje causa espanto a desproporção entre o reduzido tempo de sua vida e a grandiosa obra apostólica por ele realizada. Foi enterrado em Pádua, cidade que lhe emprestaria o nome e lhe ergueria uma Basílica magnífica lá está numa redoma sua língua que não se corrompeu. Tornou-se o santo que abençoa aqueles que querem um bom casamento, pois atuara na vida de uma jovem que, seguindo suas instruções, convolou núpcias felizes. Daí ser o santo casamenteiro. Hoje, mais do que nunca, se faz mister a invocação de Santo Antônio para que os jovens saibam escolher bem o companheiro de jornada e para que os esposos vivam fiéis a seus compromissos matrimoniais. Todos saibamos imitar os exemplos de Santo Antônio. Ele foi um evangelizador pela palavra e pelo testemunho de vida.