Adriana Masotti – Cidade do Vaticano
Meditar sobre a evolução da fé em Maria, Mãe de Jesus e também a primeira discípula do próprio Filho, também será um modo de “nos colocarmos sob a proteção da Virgem em um momento de dura provação para toda a humanidade”, começa dizendo o padre Raniero Cantalamessa, que intitula a sua reflexão, pegando as palavras de Jesus no Evangelho:
Maria, diz o pregador, está presente nos três momentos-chave da nossa salvação: a Encarnação, naturalmente, o Mistério Pascal, Pentecostes. E essas três presenças de Maria “asseguram a ela um lugar único ao lado de Jesus na obra da redenção”. O objetivo desta meditação – continua – é “seguir Maria durante a vida pública de Jesus e ver do que ela é guia e modelo neste tempo”.
Vida de Maria foi sem privilégios
Assim como para Jesus o Mistério pascal não começa com sua prisão no horto, mas toda sua vida é uma preparação para a Páscoa, também para Maria as provações começam cedo, observa o padre Cantalamessa. E o que geralmente acontece para as grandes almas que decidem seguir o caminho da santidade, para as quais chega o momento de purificação e da kenosis, isto é, do despojamento.
O pregador repassa então a vida de Maria, sublinhando os tantos momentos de angústia, fadiga, dor por ela vividos antes mesmo da participação na Paixão de Jesus, aos pés da Cruz.
Tudo isso torna a história de Maria extraordinariamente significativa para nós; devolve Maria à Igreja e à humanidade. Devemos observar com alegria o grande progresso que ocorreu em devoção a Nossa Senhora, na Igreja Católica, e quem viveu na virada do Concílio Vaticano II, pode facilmente perceber. Primeiro, a categoria fundamental com a qual a grandeza de Nossa Senhora foi explicada foi a de ‘privilégio’ ou isenção.