Muitos fiéis vão ao Mosteiro de Santa Clara em Roma para celebrar solenemente a festa de santa Clara de Assis.
Os preparativos em Roma para a festa deste ano começaram com a oração das vésperas durante uma novena a santa Clara, de 2 a 10 de agosto.
Na noite de ontem (10), aconteceu uma vigília solene com a leitura da narração do “Trânsito” de santa Clara celebrada pelo padre Manuel Valenzsi OFM.
Segundo a narração do momento em que santa Clara morreu, antes de morrer exortou às Irmãs Clarissas a “viver a pobreza de Jesus Cristo”, recordou “com ponderação os benefícios que havia recebido de Deus” e suplicou “a graça de uma bênção abundante sobre todas as irmãs pobres, tanto presentes como futuras”.
Durante aquele momento no convento de Assis de São Damião, junto com as freiras que acompanham santa Clara, havia também alguns frades franciscanos, como o irmão Ángel e o irmão León.
Segundo a história, as últimas palavras de santa Clara foram: “Vai em paz, minha alma, porque levas boa escolta para a viagem. Vai porque Aquele que te criou, também te santificou e colocou o Espírito Santo em ti. E, cuidando de ti, como uma mãe cuida de seus filhos, te amou com terno amor. Senhor, sede bendito porque me criaste!”
Finalmente, na vigília solene, cantou-se o hino Te Deum e alguns fiéis escreveram intenções de oração pelas quais as irmãs clarissas deste mosteiro de clausura rezarão de forma especial.
O Mosteiro de Santa Clara em Roma celebra a solenidade hoje (11) com duas missas, uma de manhã e outra à tarde, esta última celebrada pelo bispo auxiliar de Roma, dom Paolo Ricciardi.
O ministro geral da Ordem dos Franciscanos Menores, frei Massimo Fusarelli, celebrou a solene vigília do trânsito de santa Clara no Santuário de São Damião de Assis. Momento de oração com a presença de muitos fiéis.
Numa carta dirigida às Irmãs Clarissas por ocasião da solenidade de santa Clara, Fusarelli refletiu sobre o testamento de santa Clara com o objetivo de refletir sobre a vocação franciscana de “cuidar, ou seja, viver o dom recebido com vigilância e atenção, que cresça para o bem da Igreja, peregrina entre os homens”.
“Somos conscientes de que respondemos a um dom recebido, que não nos damos, mas que acolhemos e somos chamados a aceitar e retribuir com gratidão e alegria? É esta disponibilidade que abre o caminho para que nossa vocação permaneça viva e fecunda hoje”, disse Fusarelli.
Frei Fusarelli explicou que “a vocação é um dom que não se dá de uma vez por todas, mas cresce com cuidado constante. É por isso que precisamos nos expor continuamente à presença e à palavra do Senhor para receber essa iluminação do coração, em cuja luz podemos reconhecer a verdade da vida a que somos chamados, a inspiração que a move”.
“Cuidar significa guardar a presença e a voz do Espírito do Senhor em nós, mantendo-se atentos aos caminhos a seguir para viver nossa vocação de forma dinâmica hoje”, disse ele.
Por isso, Fusarelli convidou a aprender “a cuidar da luz e da inspiração que o Senhor não deixa de semear abundantemente entre nós” e acrescentou “não reduzamos o carisma e a vocação a um conjunto de regras a serem observadas ou a uma mudança contínua de modalidades e expressões, porque o cuidado exige fidelidade, atenção, crescimento em profundidade, nutrição das raízes”.
Memória litúrgica de santa Clara de Assis
A Igreja Católica celebra no dia 11 de agosto a memória litúrgica de santa Clara de Assis, fundadora, junto com são Francisco de Assis, da Ordem das Irmãs Pobres, mais tarde conhecidas como “clarissas” em homenagem a ela. Santa Clara de Assis também foi nomeada padroeira da televisão e das telecomunicações.
A Ordem das Irmãs Pobres é um instituto pertencente à Segunda Ordem dos “irmãos menores” ou franciscanos. As clarissas são o ramo feminino dos franciscanos.