A Igreja Católica celebra neste sábado, 14, a Exaltação da Santa Cruz, uma festa muito antiga que tem suas raízes no século V, em Jerusalém. “Para os cristãos a Santa Cruz é sinal de vitória, de ressurreição, de vida. Então, neste dia nos reunimos nas comunidades para celebrar. Antes de tudo, para louvar a Deus pelo infinito amor que Ele por meio de Jesus manifestou a toda humanidade”, destaca o bispo auxiliar de Manaus, dom José Albuquerque de Araújo.
Em artigo publicado no portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o bispo de Cornélio Procópio (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o diálogo inter-religioso, dom Manoel João Francisco, explica que até o século VI, a cruz era vazia, sem a imagem de Cristo. Em seu lugar, eram colocadas pérolas e pedras preciosas. A partir do século VI até o século XII, era comum afixar à cruz a imagem do Cristo vencedor. Em vez de coroa de espinhos, o Cristo tinha em sua cabeça uma coroa de ouro. As pedras preciosas substituíam o sangue e as feridas do Calvário.
De acordo com o bispo auxiliar de Manaus, dom José Albuquerque de Araújo, o grande gesto de Jesus que se entregou na Cruz é para nos lembrar que o caminho da salvação, de fato, é marcado por muitas cruzes. “E nós que estamos neste mundo peregrinando, temos sempre carregar as nossas cruzes e ajudarmos mutuamente, que cada um precisa ajudar a carregar cruz do outro. Ou seja, cada um precisa enfrentar os desafios, as dificuldades sempre com fé e esperança”, ressalta.
E continua: “Que a gente possa dar sempre um sentido redentor para todas dificuldades, problemas, angustias, situações complicadas. Porque essa é a nossa esperança. Jesus morreu na cruz para nos dar a vida, nos deixou essa certeza de que a morte não é a última palavra”.
A exaltação a Santa Cruz está presente na exortação de São João Crisóstomo: “Não te envergonhes de tão grande bem, se não queres que também Cristo se envergonhe de ti quando vier na sua glória e o sinal da Cruz aparecer mais luminoso que os próprios raios do sol. (…). Este sinal, quer seja nos tempos de nossos pais, quer seja hoje, abre as portas que estavam fechadas, neutraliza o efeito mortal dos venenos, anula o poder letal da cicuta, cura as picadas das serpentes venenosas. De fato, se esta Cruz abriu as portas da morte, soltou novamente os ferrolhos do céu, renovou o ingresso ao paraíso, destruiu o domínio do diabo, não é de admirar, se ela venceu também força dos venenos, das feras e de outros semelhantes mortais perigos. Imprime, portanto, este sinal no teu coração e abraça esta Cruz, a quem devemos a salvação de nossas almas.
Dom José lembra que a cruz é o centro da vida do cristão. “Ao fazermos sobre nós o sinal da cruz, nós nos lembramos que nós somos consagrados pelo amor de Deus para também para manifestar a nossa na vida a boa notícia. Cristo está vivo e ressuscitado e a cruz para nós é uma recordação desse gesto que salvou o mundo e todas as vezes que repetimos esse sinal sobre nós, queremos nos lembrar do nosso o compromisso de ajudar a todos aqueles que são crucificados”.