Celebramos, no dia 14 de setembro, a festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz. Nesta data, não exaltamos a morte, ou o madeiro da Cruz, mas exaltamos aquele que morreu na Cruz por amor a nós, e que através de sua morte abriu-se para nós o caminho da ressurreição, ou seja, do mesmo modo que Ele ressuscitou, nós também ressuscitaremos.
A festa da Exaltação da Santa Cruz é a festa do amor, ou seja, o amor tão grande de Deus por nós, que foi capaz de fazer-se homem e morrer na cruz para nos salvar. A festa da Exaltação da Santa Cruz acontece um dia antes da memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores e, praticamente, seis meses antes da Páscoa.
A cor litúrgica predominante nessa celebração é a vermelha, que na verdade é a cor dos mártires e daqueles que derramaram o sangue por amor ao próximo e por defender a fé acima de tudo. Jesus é primeiro dos mártires. Ele foi o exemplo para todos os outros mártires que vieram depois. Os discípulos também foram martirizados por não renegarem a fé em Jesus, assim como tantos outros mártires que vieram depois.
Se possível, seria prudente participarmos da missa nesse dia da festa da Exaltação da Santa Cruz, pois de certo modo é a celebração da nossa fé e da esperança na vida eterna. Nesse dia, adoramos a Cruz Sagrada, mas como já dissemos, não apenas o madeiro vazio, mas adoremos aquele que morreu nela para nos salvar.
Recordemos daquele cântico que acontece ao longo da celebração da Paixão: “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”. O madeiro da Cruz se tornou causa de salvação para todos nós. Não adoramos um Deus morto, mas um Deus vivo que morreu na cruz para nos salvar. Por isso, ao celebrarmos a festa da Exaltação da Santa Cruz, celebramos a festa de um Deus que continua vivo entre nós.
Nesse dia da Exaltação da Santa Cruz, seria bom que todas as famílias se reunissem diante do crucifixo e rezassem um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória ao Pai. Um lar cristão não pode ficar sem o crucifixo, a Cruz é o sinal da identidade do cristão.
A festividade da Exaltação da Santa Cruz está ligada à dedicação de duas importantes basílicas construídas em Jerusalém, por ordem de Constantino, filho de Santa Helena. Uma delas, construída sobre o Monte Gólgota e outra em Anástasis, local em que Cristo Jesus foi sepultado e ressuscitou. A dedicação dessas duas basílicas remonta ao ano de 335, quando a Santa Cruz foi exaltada e apresentada aos fiéis.
A Santa Cruz, infelizmente, foi roubada pelo rei persa Cosroe Parviz, na conquista da cidade Santa. A Santa Cruz foi encontrada por Santa Helena e, a partir do século VII, comemora-se a recuperação dessa preciosa relíquia promulgada pelo imperador Heráclito, em 628. Historiadores contam que o imperador levou a Santa Cruz às costas, desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao patriarca Zacarias. Desde o ano de 630, a festa da Exaltação da Santa Cruz tem sido celebrada também no Ocidente.
A Santa Cruz está agora no coração de cada fiel, por isso, nesse dia, somos convidados a dobrar os nossos joelhos diante do crucifixo e adorar, agradecendo pela Santa Cruz ser o sinal da nossa salvação e que por meio dela nos vem a vitória sobre o inimigo.
O sinal da Cruz é o sinal do cristão. Usamos o sinal da Cruz para abençoar, para iniciar e terminar a Santa Missa e iniciar ou terminar um momento de oração. Quando somos batizados somos acolhidos com o sinal da Cruz, a comunidade cristã nos acolhe com esse sinal. Ao passarmos em frente uma Igreja Católica, podemos traçar sobre nós o sinal da cruz, pois dentro daquela Igreja está Jesus no sacrário e, em sinal de respeito a Jesus, fazemos o sinal da Cruz. Portanto, a Cruz salvadora nos acompanha ao longo de toda a nossa vida, independentemente, de um dia para celebrá-la.
Celebremos com alegria e com o coração cheio de fé a festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz, pedindo que ela seja a nossa luz e salvação. Aproveite esse dia para rezar diante do crucifixo, pedindo que possa superar as cruzes do dia a dia.
