“Eu sou o pão da vida”.

                No mês de agosto a Igreja Católica coloca em evidência o tema vocacional. No plano de Deus cada batizado é convidado a dar sua contribuição específica. Uma comunidade, que tem por cabeça Jesus Cristo, precisa de muitas pessoas colaborando, conforme seus dons e carismas. O tema do Mês Vocacional deste ano é “Igreja: uma sinfonia vocacional” e tem por lema “Pedi, pois, ao Senhor da Messe” (cf. Mt 9,38). Toda comunidade católica é convidada a rezar, a falar e a convidar batizados a responderem ao chamado que lhes Deus faz. No primeiro domingo é destacado o ministério ordenado, isto é, os diáconos, padres e bispos.

                No domingo passado começou a leitura do capítulo 6 de Evangelho de São João que relata a multiplicação de cinco pães e dois peixes para alimentar a multidão (Êxodo 16,2-4.12.15, Salmo 77, Efésios 4,17.20-24 e João 6,24-35). O sinal extraordinário empolgou a multidão a ponto de quererem proclamar Jesus rei. Mas Ele se retira sozinho para o monte e depois se dirige para sinagoga de Cafarnaum onde a multidão o reencontra. Neste reencontro se desenvolve um longo ensinamento de Jesus através de diálogos, contestações, aprofundamentos e reações dos ouvintes.

                Jesus é perguntado como chegou em Cafarnaum. Não responde porque foi parar aí, mas toca na questão porque a multidão o está procurando. “Estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos”. Jesus quer ajudar a multidão e ir além de comer pão para matar a fome. Isto é muito importante, tanto que Jesus multiplicou os pães e peixes. Mas, deseja abrir um horizonte da existência que não é simplesmente o das preocupações cotidianas do comer, vestir, da carreira. “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará”.

                O diálogo prossegue com a pergunta dirigida a Jesus. “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” A resposta é clara: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. “O centro da existência, aquilo que dá sentido e esperança firme ao caminho muitas vezes difícil da vida é a fé em Jesus, o encontro com Cristo. Também nos perguntemos: “Que devemos fazer para ter a vida eterna?”. E Jesus diz: “Acreditai em mim”. A fé é o elemento fundamental. Não se trata aqui de seguir uma ideia, um programa, mas de encontrar Jesus como uma Pessoa viva, de se deixar comprometer totalmente por Ele e pelo seu Evangelho. Jesus convida a não se limitar ao horizonte puramente humano e a abrir-se ao horizonte de Deus, ao horizonte da fé. Ele exige uma única obra:  aceitar o plano de Deus, ou seja, “acreditar naquele que Ele enviou” (Bento XVI).

                A multidão pede: “Senhor dá-nos sempre desse pão”. Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”. Na última ceia, Jesus reunido com os apóstolos, toma o pão e diz: “Isto é o meu corpo” e o mesmo faz com o cálice. E por fim ordena: “Fazei isto em memória de mim”. Deixou aos apóstolos e seus sucessores a missão de alimentar, pelos séculos dos séculos, a multidão com o “pão descido do céu”. Em cada celebração eucarística presidida pelo bispo ou pelo padre, os que creem em Jesus Cristo, podem se alimentar do “alimento que permanece para avida eterna”.

                Sejamos gratos a Deus Pai porque nos concedeu na terra Jesus Cristo, o “verdadeiro pão do céu”. Gratidão por ter confiado aos bispos e presbíteros a graça de alimentar diariamente, em todos os tempos, os fiéis com o pão eucarístico.

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