Um grupo de jovens estudantes de Fortaleza (CE) partiu na última terça-feira, 2 de julho, rumo a uma das cidades mais pobres do Brasil para uma expedição humanitária que irá substituir a tradicional festa de conclusão do ensino regular, que acontece na maior parte das escolas ao fim do ano.
Esta expedição humanitária é realizada pelo Colégio Shalom, administrado pela Comunidade Católica Shalom, e acontece de 2 a 9 de julho, na cidade de Chaves (PA), uma das mais pobres do Brasil com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) e alta vulnerabilidade social. Segundo a instituição de ensino, os próprios alunos do terceiro ano do ensino médio optaram por participar dessa experiência social e humana.
Localizada na Ilha de Marajó, o acesso à cidade de Chaves é feito apenas por via fluvial em uma viagem de cerca de 8 horas por barco. Nesta localidade, vivem pouco mais de 22 mil pessoas nas piores condições do Brasil em pobreza, desigualdade social, alfabetização, escolaridade, saúde, lazer e violência.
Durante os oito dias, os estudantes visitarão as comunidades, conhecerão de perto a realidade das famílias e os dramas sociais da região. Além disso, participarão de Missas, vigília de evangelização jovem, aconselhamento para a comunidade e também realizarão apresentações artísticas e musicais para os moradores.
“Lá, existe tanto carência de assistência a serviços básicos quanto de um olhar de humanidade para as famílias. Queremos ser o olhar e o abraço de Deus para cada um”, declarou a coordenadora pedagógica do Colégio Shalom, Nayara Carvalho.
Para a coordenadora, nesta expedição humanitária, os estudantes receberão muito mais do que ofertarão, pois “conhecer outra realidade de vida os fará perceber o quanto eles têm tudo e que, muitas vezes, sofrem com a falta de sentido de vida”.
“Eles verão pessoas que vivem com muito pouco, mas que, mesmo assim, encontram motivos para sorrir”, acrescentou.
Além disso, indicou, será uma oportunidade para estes jovens do último ano do ensino médio agregarem vivências para as suas escolhas profissionais.
“Lá, eles vão contribuir, fazer o bem, doar o tempo para o outro, irão conhecer de perto as desigualdades sociais que tanto debatem em sala de aula. Acredito que, nessa viagem, eles se tornarão pessoas mais humanas, acolhedoras, com um olhar sobre a dor do outro, aprendendo a se disponibilizar a serviço de um mundo melhor e, assim, reunir características fundamentais para crescerem como profissionais”, manifestou Nayara Carvalho.
Esta também é a expectativa de muitos estudantes que participam da expedição. “Estou bastante ansiosa, acho que será uma experiência valiosa para o meu crescimento como jovem, como filha, como aluna, amiga, e para o meu futuro. Sou grata a Deus por meu colégio proporcionar essa viagem enriquecedora para mim. Tenho certeza de que será inesquecível”, expressou Sara Ribeiro, de 16 anos.
Durante a expedição humanitária, os alunos são acompanhados por professores e uma equipe de voluntários dentistas que aproveitarão a viagem para fazer atendimentos na comunidade.