Este é o meu Filho Amado, escutai-O!

    Faziam trezentos anos que os judeus não ouviam a voz do Pai. Iniciando a sua vida pública Jesus vai ao encontro do profeta São João Batista.
    Jesus é Deus e Homem, Homem e Deus. Portanto, Jesus não conheceu o pecado original e não precisa de ser batizado. Humilde, Jesus vai ao encontro “da voz que sopra no deserto”. Diante de João Batista pede para ser batizado. Gesto que demonstra que aquele batismo de conversão, de penitência, será agora com o seu batismo transformado no batismo em que transforma o homem velho em homem novo, o homem que abandona a desobediência dos nossos primeiros pais e vive o seguimento de Jesus Cristo.
    Jesus sendo batizado nos ensina que é preciso segui-lo, na humildade, na simplicidade, na caridade, nos pequenos gestos do dia a dia.
    Será que nós lembramos o dia em que fomos batizados? Será que damos a devida importância ao nosso padrinho e a nossa madrinha? O dia do nosso batismo é muito mais importante e deve ser o dia de nosso autêntico aniversário. No dia de nosso batismo nós ouvimos a mesma voz que o Pai falou sobre o seu Filho Jesus: “Este é o meu filho amado!”.
    Sim, com o batismo nós nos tornamos filhos e filhas de Deus. E esta filiação divina exige de cada um de nós um comprometimento com o anúncio do Evangelho, como seguimento de Cristo.
    Infelizmente muitas pessoas procuram o batismo para um rito social. Mas o batismo é a nossa inscrição no céu. Somente a inscrição. Nós devemos fazer por onde sermos dignos de entrar no Reino do Céus. E ouvir a voz do Pai, como é relatada no Evangelho desta festa, nos ensina que a voz do Pai é suave, é acolhedora, sabe perdoar e nos ensina a viver como irmãos.
    Relembremos, pois, de nossos pais e de nossos padrinhos. Por eles e pelo sacerdote que nos batizou elevemos uma prece e procuremos viver o que significa o batismo: sermos a luz do Cristo Ressuscitado para todos aqueles e aqueles que trilham nossa existência.