Já falamos de “Sepulcro vazio”. A intenção agora é refletir sobre “Espaço vazio”, podendo ser físico, psicológico ou espiritual. Após a morte de Cristo, pela motivação dos profetas do Antigo Testamento, à primeira vista, ficou um grande vazio. Parece que reinou uma profunda decepção e as esperanças de situações novas no processo de libertação do povo caíram por terra.
Páscoa significa espaços que foram preenchidos pelo Cristo ressuscitado. É o espaço da fé, que só tem sentido se Cristo é visto como O ressuscitado, que está vivo. A questão não é o espaço físico, mas o que é assumido no contexto do mistério e nas palavras do próprio Jesus: “Sou eu” (Jo 6,20).
O espaço toma nova forma e passa a ser preenchido agora com o testemunho dos apóstolos e dos primeiros cristãos. Passaram a testemunhar que Cristo tinha ressuscitado, e enfrentaram, inclusive, o martírio, por causa disso. Os atos miraculosos eram realizados em nome de Jesus Cristo. Era uma fé que conseguia “remover montanhas”.
O conhecimento que os primeiros cristãos tinham de Cristo não era um fato teórico. Eles viviam sua palavra no cotidiano, tendo como base o cumprimento dos mandamentos de Deus. Há uma expressão que diz: “o amor de Deus se realiza plenamente em quem guarda sua palavra” (I Jo 2,5). Palavra que é capaz de neutralizar nossa passividade em relação ao bem.
Na mentalidade atual, corremos o risco de ver em Jesus Cristo apenas um fantasma, com uma fé irreal e incapaz de construir vida nova e esperança para as pessoas. A confirmação da fé está fundamentada nas palavras da Sagrada Escritura. Aí encontramos o alimento que dá estrutura e base para a ação do cristão e preenche o espaço vazio.
Muitos espaços são preenchidos quando fazemos a opção e participamos de um grupo que reflete a Palavra de Deus. Palavra que motiva a vida e o valor de cada pessoa humana. Além disso, faz superar o medo e as ameaças que muita gente vem sofrendo. Ela fortalece a fé e preenche o vazio de esperança.