Essa expressão, “esforço contínuo”, faz parte da trajetória de vida de todas as pessoas. Podemos dizer que ela tem diversas dimensões, começando pela luta por uma vida pessoal feliz e com longevidade. Por isso, lutamos contra todo tipo de doença e contra aquilo que fere nossa dignidade e modo de viver. Ao lado da vida, procuramos também defender uma dimensão de fé e espiritualidade.
Para o cristão, não importando o tipo de trajeto feito, existe sempre o esforço de seguimento do caminho proposto por Jesus Cristo. Não é fácil renunciar propostas secularizadas para seguir àquelas anunciadas pelo Evangelho, que supõem “deixar tudo” para seguir o Mestre. É uma questão de discernimento e de defesa de uma fé comprometida com as realidades da dignidade da vida.
O esforço contínuo supõe que a pessoa deva abandonar as coisas velhas, ultrapassadas, e assumir com centralidade as novidades da atual cultura, de forma inculturada, sem perder a essência da vida cristã. O alvo da opção fundamental tem que ser Jesus Cristo, configurando nossa vida com a mensagem transmitida por Ele. Jesus é a grande luz que nos tira da escuridão da vida.
A lógica do mundo não entende a proposta de Jesus Cristo. Primeiro não O reconhece como Deus, e descarta a força de sua Palavra. Para Jesus, os últimos são os primeiros, e os cativos devem ser libertados. Jesus pratica o dom da compaixão, e não dá atenção à competição, própria de uma cultura capitalista. Ele age de forma decidida para construir a paz, a igualdade e a justiça.
Numa sociedade em que o direito é de quem tem poder econômico, podemos dizer que a igualdade entre as pessoas é uma ilusão. A verdadeira paz só acontece onde existem verdade, justiça e igualdade. Pelo que vemos no país, estamos distantes dessa realidade, porque muita gente vive à margem de sua dignidade e fica totalmente desprovida das condições mínimas de realização pessoal.
Não bastam discursos sobre a justiça, se o coração dos locutores não se volta para Deus. A igualdade supõe reconhecimento da dignidade e compaixão sobre os últimos da sociedade. O apelo capitalista pelo consumo gera corrupção e atitudes desumanas, mudando o foco da ação humana, que é a verdade. A proposta de Deus é o contínuo esforço para construir uma sociedade fraterna.