ENCONTRO DOS BISPOS: NOMEADOS FALAM SOBRE SUAS PERSPECTIVAS ENQUANTO NOVOS MEMBROS DO EPISCOPADO

Os 20 bispos nomeados pelo Papa Francisco entre o mês de junho de 2019 e junho de 2021 estão participando de 2 a 8 de agosto, de forma virtual, do Encontro de Novos Bispos. A reunião é promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A programação conta com formação e conhecimento da estrutura do secretariado da CNBB. A missão do bispo, questões de Direito Canônico, liturgia do ministério episcopal, solidariedade e partilha e as perspectivas das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) são alguns elementos do eixo formativo do encontro.

O portal da CNBB conversou com alguns dos bispos participantes do encontro, para saber sobre suas perspectivas enquanto novos membros do episcopado e sobre os desafios enfrentados em suas atuais dioceses.

Dom Valentim Fagundes de Menezes, bispo de Balsas (MA)
Dom Valentim Fagundes de Menezes, bispo de Balsas (MA)

Dom Valentim Fagundes de Menezes, bispo de Balsas (MA), foi nomeado pelo Papa Francisco em 29 de julho de 2020. Sua ordenação aconteceu no dia 26 de setembro de 2020. “Eu sou o bispo da pandemia”, brincou.

Ele conta que chegou a Balsas no dia 1º de outubro, por ser o Dia de Santa Teresinha, padroeira das missões, e que sua posse aconteceu no dia 10 de outubro.

“Nós temos desafios muito interessantes. O grande desafio é o de evangelizar numa área de 68 mil km², onde para se deslocar de uma paróquia a outra se leva em média de 6 a 7 horas. Aqui, o desmatamento é muito grande em função do agronegócio e o nosso povo é um povo muito bom. Temos gente de origem de vários estados do Brasil e que ajudaram em algum aspecto, no sentido positivo, no desenvolvimento da região”, disse.

Em termos de desafios pastorais, dom Valentim salientou que o grande desafio é cobrir o sertão. “Levar a mensagem, poder celebrar com o povo de Deus no sertão”, disse. O bispo comentou que a maior parte do clero é nativo. “Temos 18 paróquias, e temos padres em todas elas. Um padre cobre duas paróquias”, explicou.

A perspectiva futura em sua diocese, segundo dom Valentim, é a de dar respostas à questão do desmatamento. “O projeto maior que nós temos, a nível de respostas ao desmatamento e às queimadas é o projeto Laudato Si‘, onde nosso objetivo é plantarmos oito milhões de árvores em oito anos. Estamos nos organizando e olhando também para a questão da organização econômica, no sentido de criarmos uma economia para a missão, essa é a nossa meta”, disse.

Dom Cleocir Bonetti é o único do grupo de bispos que foi nomeado este ano pelo Papa Francisco. Sua nomeação se deu em 30 de junho de 2021, para a diocese de Caçador (SC) e sua ordenação acontecerá em setembro. “Temos muitos desafios e sabemos da importância de nós estudarmos e refletirmos sobre aquilo que consiste o ser bispo de uma diocese”, comentou.

Segundo dom Cleocir, a diocese de Caçador tem muitas lideranças e uma pastoral dinâmica, com muitos leigos e um bom clero. De antemão, dom Cleocir disse que as expectativas são boas. “Estou feliz de ter sido nomeado para a diocese de Caçador. Digo que este momento para mim é muito especial, pois é uma nova missão e um novo momento da minha vida”, salientou.

Dom Cleocir Bonetti
Dom Cleocir Bonetti

Sobre os desafios, dom Cleocir comentou sobre a dimensão vocacional. “Nós sabemos que temos que buscar cada vez mais pessoas que possam estar na linha de frente da evangelização, sobretudo os sacerdotes, mas claro lembrando todas as vocações.

Outro desafio citado por Cleocir é a própria pandemia. “Esse momento em que estamos vivendo tem uma abertura maior, mas ainda permanecem os cuidados e também o desafio de como fazermos e dinamizarmos o trabalho pastoral em nossa diocese”, contou.

“Com a graça e força de Deus, de quem nos chamou – Jesus -, nós vamos certamente buscar o melhor para o nosso bom povo da diocese de Caçador”, finalizou.

Dom Ângelo Ademir Mezzari foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo em 8 de julho de 2020 e ordenado em 19 de setembro de 2020. “Desde então tenho me inserido bem, fui bem acolhido e estou em fraternidade episcopal e em comunhão com o clero, a vida consagrada e o povo santo de Deus nas diversas comunidades, grupos, pastorais, associações e movimentos”, disse.

“Tenho desempenhado meu ministério com muito amor, alegria e muita esperança”, disse.

Dom Ângelo Ademir Mezzari
Dom Ângelo Ademir Mezzari

Para dom Ângelo é uma experiência nova e que enche o coração. “Muitas vezes enche de medo, mas sobretudo de confiança no Senhor que é o Bom Pastor, que nos acompanha e nos conduz”, afirmou.

Para ele, a cidade de São Paulo é desafiadora em todos os seus âmbitos, sejam sociais, culturais, econômicos e também para a evangelização. “Fui inserido no caminho sinodal que a arquidiocese está fazendo e que busca viver a conversão, a comunhão e a missão”, completou.

E é nesse contexto que dom Ângelo vem realizando o seu ministério. No dia a dia como bispo e colaborando na diocese, ele conta que tem enchido o seu coração de ardor, de zelo, e claro acompanhado as angústias dos mais pobres, excluídos e abandonados que “neste tempo de pandemia tem manifestado uma realidade sempre mais conflitiva”.

“Com a presença de Deus e o amor a Jesus Cristo, somos uma Igreja que se faz presente em todos os âmbitos e que anima seu povo a continuar sua missão. É uma experiência nova, desafiadora, mas sobretudo cheia de esperança e ardor”, finalizou.

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