Andressa Collet – Vatican News
O volume e a força das águas surpreenderam até quem vive com frequência o problema dos alagamentos. Os mais afetados foram os pobres, que vivem às margens dos rios, como acontece com a população de Sena Madureira, que fica próxima ao Rio Iaco, em torno do qual a cidade se desenvolveu ainda no período de extração da borracha. A cerca de 145 Km da capital, Sena é o terceiro município mais populoso do Acre, depois de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, também afetados pelas cheias, como o próprio Vatican News já noticiou no último sábado (20).
O Frei Moisés de Oliveira Coelho, da Ordem dos Servos de Maria e pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição – a igreja mais antiga do Acre datada de 1910, confirmou essa realidade vivida no Estado porque as cidades cresceram ao redor dos rios: em Rio Branco, transbordou o Rio Acre; e em Tarauacá, o Rio Tarauacá, por exemplo.
Igreja abriga famílias desalojadas
Em Sena Madureira, o pároco compartilhou os números do desastre com a cheia do Rio Iaco: 17 mil pessoas foram atingidas. Dessas, 4 mil já estão alojadas em abrigos públicos, alguns cedidos pelo governo, como quadras de esporte e escolas municipais e estaduais. A Igreja católica também entrou no mutirão de solidariedade e está acolhendo as famílias:
Ação Bom Samaritano
A mobilização também é para arrecadar doações que visam ajudar concretamente as famílias afetadas pela enchente histórica na região e que perderam tudo. O Frei Moisés contou que foi lançada a “Ação Bom Samaritano” que tem como ponto de arrecadação a própria paróquia para receber gêneros alimentícios, calçados, roupas, materiais de higiene pessoal e também de limpeza. A campanha solidária, em parceria com o governo local através da coordenação do Centro de Referência em Assistência Social (Cras), está conseguindo dar esperança ao povo já tão sofrido na região, inclusive oferecendo refeições diárias:
“Nós recebemos as doações dos nossos fiéis, das pessoas de boa vontade, fazemos as marmitas e depois distribuímos nesses abrigos. No momento estamos distribuindo num abrigo na chácara Filadélfia, outro na chácara do Gilberto Diniz, na Capela São Sebastião e na Escola Fontenelle de Castro. São quatro abrigos atendidos por nós que geram 100 marmitas por dia para que a gente possa estar ajudando a população de Sena.”
A solidariedade da Igreja não para aí, porque já pensa no futuro das famílias afetadas. O Frei Moisés comentou que o momento é muito importante para receber as doações concretas de todos, porém, é preciso antecipar a realidade que virá após esse período de alagamentos, quando as pessoas deverão voltar pra casa:
“Para esse momento pós-alagação estamos reservando todas as doações em dinheiro. Temos uma conta própria para essas doações e ali reservamos todas as doações em dinheiro para que, quando vier a pós-alagação, nós pudermos auxiliar as famílias na compra de material de limpeza, itens de higiene pessoal e também na compra de cestas básicas para poder auxiliá-los. Essas são algumas das ações que nós estamos fazendo enquanto paróquia. As ações ainda, em comparação com a grandiosidade do que vem acontecendo, são pequenas, mas são suficientes e necessárias e vão aumentando conforme vai aumentando também as doações. Então, nós dependemos das doações para poder fazer essas boas ações que estamos fazendo e, por isso, que contamos sempre com ajuda e com a colaboração de todos neste momento.”
Para colaborar, inclusive com doações em dinheiro, entre em contato com a Paróquia Nossa Senhora da Conceição pelo e-mail paroquiasena@hotmail.com ou através das redes sociais.