Bispos dos EUA se opõem ao plano de imigração de Trump

Os bispos dos Estados Unidos expressaram sua oposição ao plano de imigração proposto recentemente pelo presidente Donald Trump e recordaram que a família deve ser protegida e promovida pelo sistema migratório.

“Nós nos opomos a propostas que buscam restringir a imigração baseada na família e a criação de um sistema migratório baseado no mérito”, indicaram o Cardeal DiNardo, presidente do Episcopado norte-americano e Dom Joe S. Vásquez, presidente do Comitê de Migração.

“As famílias são a base de nossa fé, de nossa sociedade, de nossa história e de nosso sistema migratório. Como disse o Papa Francisco: ‘a família é o lugar no qual somos formados como pessoas”, indicaram os bispos em um comunicado no dia 17 de maio em resposta à proposta imigratória de Trump anunciada no dia anterior.

Trump indicou que seu plano busca dar prioridade aos trabalhadores e aos valores norte-americanos, assim como atrair “os melhores e mais brilhantes de todo o mundo”.

A proposta não visaria reduzir o número de imigrantes ilegais, mas reduziria significativamente a porção atual baseada na família no sistema de imigração, para dar espaço a pessoas altamente qualificadas.

O plano de Trump também inclui a conclusão do muro e nova tecnologia de monitoramento da fronteira com o México.

Os críticos da proposta argumentam que ela não consegue responder às causas que dão origem à crise migratória e que rejeita os mais necessitados de forma desumana.

A proposta tampouco concede um status legal aos dreamers, aqueles jovens trazidos ilegalmente aos Estados Unidos quando crianças. Também não assinala um caminho claro para aqueles que receberam um status de proteção temporal, TPS por suas siglas em inglês.

O TPS é um benefício provisório que permite que as pessoas de determinados países, que já estão nos Estados Unidos, possam viver e trabalhar legalmente no país norte-americano.

Em seu comunicado, o Cardeal DiNardo e Dom Vásquez consideraram estas omissões profundamente preocupantes.

Os bispos também assinalaram que “assegurar as fronteiras e nossa segurança é de grande importância, mas isso não pode ser feito aumentando a miséria humana e restringindo o acesso à proteção legal em uma tentativa de dissuadir famílias e crianças vulneráveis que buscam asilo”.

“Em vez disso, devemos enfrentar as causas que originam a migração e buscar soluções humanas e práticas, como melhorar nossos tribunais de imigração, gerar alternativas à prisão e erradicar as redes criminosas”, disseram os bispos.

“Exortamos os legisladores a deixarem as diferenças de lado e a comprometer-se com uma ação significativa para uma reforma migratória humana, justa e integral”, ressaltaram.

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