Na terça-feira, 18 de julho, foi apresentado o relatório final de uma investigação de dois anos que determinou que 547 membros do coral das crianças da Catedral de Ratisbona, na Alemanha, sofreram abusos físicos e sexuais em um período de 60 anos. A imprensa secular informou que o irmão do Papa Emérito Bento XVI supostamente estaria envolvido, algo que o advogado responsável por este relatório também responde.
Dos 547 menores que sofreram algum tipo de abuso, aproximadamente 500 dizem ter levado tapas ou algum tipo de castigo físico semelhante; enquanto foram documentados 47 casos de abusos sexuais.
O advogado do coral da Diocese de Ratisbona e responsável pelas investigações sobre os abusos, Ulrich Weber, explicou que Mons. Georg Ratzinger, irmão mais velho de Bento XVI, que foi diretor musical do coral de 1964 a 1994, “não estava ciente destes abusos sexuais”, entretanto, “pode ser acusado de olhar para o outro lado e não interferir”.
Em uma entrevista a ‘Passauer Neue Presse’ (PNP) no início de 2016, Mons. Ratzinger disse: “Não fui informado de maneira alguma sobre abusos sexuais. Mas, reitero o meu pedido de perdão às vítimas”.
Além disso, o sacerdote admitiu que ocasionalmente dava tapas em alguns meninos, mas precisou que nunca os golpeou fortemente.
“Os tapas, ou seja, as bofetadas, eram comuns não só no coral da Catedral, mas em toda a área da educação, assim como nas famílias. No coral da Catedral, estes (tapas) não tinham um significado diferente do que nas áreas antes mencionadas”, indicou Mons. Ratzinger.
O relatório divulgado pela BBC ontem, indica “49 membros da Igreja Católica por cometer abusos entre 1945 e começo dos anos noventa”, entretanto, especificou que “é improvável que os supostos responsáveis ?? enfrentem acusações criminais porque se passaram vários anos” e estas acusações prescreveram.
Dos 49 acusados, 9 teriam cometido os abusos sexuais. A Igreja ofereceu pagar previamente às vítimas uma indemnização entre 5.000 e 20.000 euros, assinala BBC.
A CNA Deustch – agência em alemão do Grupo ACI – disse que o Vigário Geral de Ratisbona, Mons. Michael Fuchs, admitiu que a Igreja “cometeu todos estes erros” e “aprendeu muito”, mas reconhece que poderiam “ter feito as coisas muito melhor”.
“A imprensa trabalhou duro e hoje só podemos pedir perdão”, acrescentou.
Mons. Fuchs também precisou que, de acordo com os relatórios da imprensa, Mons. Ratzinger teve um desempenho importante nas investigações preliminares da investigação.
Para garantir que estes abusos físicos e sexuais nunca mais se repitam, a Diocese de Ratisbona desenvolveu e apresentou uma medida preventiva.
O atual diretor do coral das crianças da Catedral de Ratisbona, Roland Büchner, disse que os acontecimentos relatados denunciados entristecem e acrescentou que agora o coral trabalha de maneira diferente.
Fonte: Acidigital