Presídio Santa Augusta recebeu a visita do bispo diocesano, dom Jacinto Inácio Flach
A Pastoral Carcerária da diocese de Criciúma (SC) celebrou, no presídio Santa Augusta, o Jubileu dos Presos, na quarta-feira, 9. A iniciativa atende ao pedido feito pelo papa Francisco de a Igreja celebrar também junto àqueles que estão no cárcere, durante o Ano Santo da Misericórdia.
Uma missa teve início às 9h, presidida pelo bispo diocesano, dom Jacinto Inacio Flach, e concelebrada pelo assessor eclesiástico da Pastoral Carcerária, padre José Aires Pereira. Um grupo de 30 reclusos foi selecionado pela direção da unidade prisional para a celebração, que contou com a participação de 13 agentes pastorais, entre eles seminaristas, e mais nove agentes penitenciários, incluindo o diretor do presídio, Felipe Alves Goulart.
Em sua homilia, dom Jacinto recordou que o Jubileu dos Presos foi realizado a milhares deles, no mundo todo, e explicou o que a Igreja quer dizer quando fala em misericórdia. “Nossa miséria humana precisa encontrar o coração de Deus. Jesus morreu na cruz, não porque somos santos e perfeitos, mas porque somos pecadores, necessitados de seu amor. Deus espera que nós reconheçamos nossos pecados. Ele não se escandaliza conosco, pois conhece cada um de nós. E não olha com raiva ou ódio, mas nos ama; sabe que precisamos mudar de vida – eu e vocês – todo mundo precisa, para que, no fim de nossa vida, possamos encontrá-lo face a face”, afirmou.
O bispo complementou dizendo, ainda, que apesar dos presos estarem ali, isto não significa que perderam a misericórdia. “Jesus mesmo disse que veio para os que mais precisam. Sempre digo que o caminho que leva ao inferno é o orgulho, por isso precisamos reconhecer nossas faltas. Amanhã vocês poderão estar lá fora e cultivar uma vida nova, junto às suas famílias e pessoas que tanto amam”, ressaltou.
Dom Jacinto também contemplou com alegria as melhorias na reforma da unidade prisional e disse que isso garantirá aos encarcerados viver com mais dignidade dentro da prisão. “Sempre disse à Secretária de Justiça que a estrutura deve ser mais humana, pois o fato de errar não deve tirar a dignidade de filhos e filhas de Deus”, contou o bispo.
Para o recluso J.B.D., a celebração foi significado de bênção. “As palavras do bispo marcaram bastante. Gostaria de participar sempre da missa”, disse.
O presídio
A unidade prisional recebe, todas as quartas-feiras, a visita da Igreja Católica, por meio de agentes leigos, religiosas e seminaristas. Segundo o gerente da unidade, Felipe Goulart, esta iniciativa auxilia no processo de ressocialização dos apenados, que no dia de hoje somam 688, entre eles, 80 mulheres. “Nosso trabalho é ressocializar pessoas. Entendemos que o Estado é laico e que é direito do preso ter assistência religiosa dentro da prisão. Falar de Deus é falar do bem e, consequentemente, faz com que as pessoas se tornem melhores. Muitas vezes se espera somente do Estado os meios e a estrutura para isso. Essas entidades e a organização da sociedade também são importantes no processo e acabam também por regrar a vida das pessoas, que antes não eram regradas”, salientou o diretor.
Após a missa, Goulart apresentou as obras do presídio ao bispo e aos agentes da Pastoral Carcerária. Conforme o gerente, a reforma prevê todos os direitos estabelecidos por lei para que os apenados sejam ressocializados.
Com informações e fotos da diocese de Criciúma (SC)
Fonte: CNBB