Na quarta quinta-feira de novembro, na última semana do ano litúrgico, este ano, no dia 25 de novembro é comemorado o Dia de Ação de Graças. Esse dia é celebrado, principalmente, nos Estados Unidos, onde é feriado, conhecido como “Thanksgiving Day”. Esse dia também é celebrado no Canadá e nas ilhas do Caribe, como um dia de gratidão a Deus. É um dia repleto de orações e festas pelos bons acontecimentos ocorridos durante o ano.
No início, a comemoração era feita no outono, e a primeira aconteceu em 1621. Após terem tido um inverno bastante rigoroso, as pessoas organizaram uma festa para celebrar a colheita produtiva. Desde então, em todos os anos seguintes, a festa para agradecer as boas colheitas do ano passou a ser tradição. Em 1863, o presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, decretou oficialmente que a quarta quinta-feira de novembro seria o Dia de Ação de Graças, para expressar gratidão a Deus e, também, demonstrar gratidão às pessoas.
Nos Estados Unidos, no Dia de Ação de Graças, muitas pessoas viajam para se reunir com os seus familiares, onde celebram o dia e consomem pratos tradicionais e iguarias. No Brasil, a data foi instituída pela Lei 781, de 17 de agosto de 1949, pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, por sugestão do embaixador Joaquim Nabuco, que ficou entusiasmado com as comemorações que vira em 1909, na Catedral de São Patrício, quando fora embaixador em Washington.
Embora seja uma festa mais celebrada na América do Norte, tem um sentido religioso bem amplo e bonito. Dar glória a Deus, agradecer pelas graças, dons e bênçãos que d’Ele recebemos todos os dias de nossa vida, são ações fundamentais à nossa fé. Uma das orações eucarísticas da Santa Missa diz: “Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-Vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai Santo, criador do mundo e fonte de vida” (Or. E. VI). Outra oração diz: “Na verdade, é justo e bom agradecer-Vos, Deus Pai, porque constantemente nos chamais a viver a felicidade completa (…)” (Or. E, VII).
Tudo o que somos e temos, recebemos de Deus: a vida, a alma, o ser, o alimento, o ar que respiramos, as faculdades intelectivas; exatamente tudo é dádiva de Deus. Se meditássemos detalhadamente isso, passaríamos o dia todo agradecendo os dons que recebemos (sem cessar) de Deus.
São Paulo nos lembra que, em Deus, “nós existimos, nos movemos e somos”; em tudo, dependemos d’Ele. A Missa é, acima de tudo, um ato de Ação de Graças, em que, por meio de Cristo na pessoa do sacerdote, oferecemos ao Pai toda a Criação, simbolizada no pão e no vinho que serão transformados no Corpo e no Sangue de Cristo.
“Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! Anunciar pela manhã vossa bondade” (Sl 91,2). “Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis” (Sl 70,14-15).
“Dai graças ao Senhor, gritai Seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! Cantai, entoai Salmos para Ele, publicai todas as suas maravilhas!” (Sl 104,1).
A nossa ação de graças se confunde com o devido louvor que devemos prestar a Deus. São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, dizia: “Usa como convém as criaturas visíveis, assim como usa a terra, o mar, o céu, o ar, as fontes e os rios; e faze reverter para o louvor e a glória do Criador tudo o que há neles de belo e admirável”.
“Dai graças ao Senhor porque Ele é bom, e eterna é a sua misericórdia!” Ainda que temos tantos motivos para chorar e lamentar por causa da Covid-19, somos chamados a sermos gratos a Deus por tanta graça por Ele recebidas. Tenhamos condições de nesse dia agradecer o dom da vida, da família, da fé. Que Deus, nosso pai, nos ajude a sermos eternamente gratos.