Dia Mundial da Paz

    Queridos irmãos e irmãs, como de praxe, todos os anos o Romano Pontífice escreve uma mensagem em ocasião pelo dia Mundial da Paz. Este ano, o Papa Francisco escreveu com a seguinte temática é: “inteligência artificial e paz”. A mensagem trata dos seguintes tópicos: 1 – O progresso da ciência e da tecnologia como caminho para a paz; 2 – Futuro da inteligência artificial, por entre promessas e riscos; 3 – A tecnologia do futuro: máquinas que aprendem sozinhas; 4 – O sentido do limite, no paradigma tecnocrático; 5 – Temas quentes para a ética; 6 – Transformaremos as espadas em relhas de arado?; 7 – Desafios para a educação e 8 –  Desafios para o desenvolvimento do direito internacional.

    1 – O progresso da ciência e da tecnologia como caminho para a paz – “A Sagrada Escritura atesta que Deus deu aos homens o seu Espírito a fim de terem «sabedoria, inteligência e capacidade para toda a espécie de trabalho» (Ex 35, 31). A inteligência é expressão da dignidade que nos foi dada pelo Criador, que nos fez à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26) e nos tornou capazes, através da liberdade e do conhecimento, de responder ao seu amor. Esta qualidade fundamentalmente relacional da inteligência humana manifesta-se de modo particular na ciência e na tecnologia, que são produtos extraordinários do seu potencial criativo” (Retirado do site: 57º Dia Mundial da Paz 2024 – Inteligência artificial e paz | Francisco (vatican.va). Acesso: 31/12/2023).

    2 – Futuro da inteligência artificial, por entre promessas e riscos – “A inteligência artificial tornar-se-á cada vez mais importante. Os desafios que coloca não são apenas de ordem técnica, mas também antropológica, educacional, social e política. Deixa esperar, por exemplo, poupança de esforços, produção mais eficiente, transportes mais fáceis e mercados mais dinâmicos, bem como uma revolução nos processos de recolha, organização e verificação de dados. Precisamos de estar conscientes das rápidas transformações em curso e geri-las de forma a salvaguardar os direitos humanos fundamentais, respeitando as instituições e as leis que promovem o progresso humano integral. A inteligência artificial deveria estar ao serviço dum melhor potencial humano e das nossas mais altas aspirações, e não em competição com eles” (Retirado do site: 57º Dia Mundial da Paz 2024 – Inteligência artificial e paz | Francisco (vatican.va). Acesso: 31/12/2023).

    3 – A tecnologia do futuro: máquinas que aprendem sozinhas – “A confidencialidade, a posse dos dados e a propriedade intelectual são outros âmbitos em que as tecnologias em questão comportam graves riscos, aos quais se vêm juntar outras consequências negativas ligadas a um uso indevido, como a discriminação, a interferência nos processos eleitorais, a formação duma sociedade que vigia e controla as pessoas, a exclusão digital e a exacerbação dum individualismo cada vez mais desligado da coletividade. Todos estes fatores correm o risco de alimentar os conflitos e obstaculizar a paz” (Retirado do site: 57º Dia Mundial da Paz 2024 – Inteligência artificial e paz | Francisco (vatican.va). Acesso: 31/12/2023).

    4 – O sentido do limite, no paradigma tecnocrático – “As máquinas inteligentes podem desempenhar as tarefas que lhes são atribuídas com uma eficiência cada vez maior, mas a finalidade e o significado das suas operações continuarão a ser determinados ou capacitados por seres humanos com o seu próprio universo de valores. O risco é que os critérios subjacentes a certas escolhas se tornem menos claros, que a responsabilidade de decisão seja ocultada e que os produtores possam subtrair-se à obrigação de agir para o bem da comunidade. Em certo sentido, isto é favorecido pelo sistema tecnocrático, que alia a economia à tecnologia e privilegia o critério da eficiência, tendendo a ignorar tudo o que não esteja ligado aos seus interesses imediatos” (Retirado do site: 57º Dia Mundial da Paz 2024 – Inteligência artificial e paz | Francisco (vatican.va). Acesso: 31/12/2023).

    5 – Temas quentes para a ética – “No futuro, a fiabilidade de quem solicita um mútuo, a idoneidade dum indivíduo para determinado emprego, a possibilidade de reincidência dum condenado ou o direito a receber asilo político ou assistência social poderão ser determinados por sistemas de inteligência artificial. A falta de níveis diversificados de mediação que tais sistemas introduzem está particularmente exposta a formas de preconceito e discriminação: os erros do sistema podem multiplicar-se facilmente, gerando não só injustiças em casos individuais, mas também, por efeito dominó, verdadeiras formas de desigualdade social” (Retirado do site: 57º Dia Mundial da Paz 2024 – Inteligência artificial e paz | Francisco (vatican.va). Acesso: 31/12/2023).

    6 – Transformaremos as espadas em relhas de arado? – “Um olhar humano e o desejo dum futuro melhor para o nosso mundo levam à necessidade dum diálogo interdisciplinar voltado para um desenvolvimento ético dos algoritmos – a algor-etica -, em que sejam os valores a orientar os percursos das novas tecnologias. [12] As questões éticas deveriam ser tidas em consideração desde o início da pesquisa, bem como nas fases de experimentação, projetação, produção, distribuição e comercialização. Esta é a abordagem da ética da projetação, na qual as instituições educativas e os responsáveis pelo processo de decisão têm um papel essencial a desempenhar” (Retirado do site: 57º Dia Mundial da Paz 2024 – Inteligência artificial e paz | Francisco (vatican.va). Acesso: 31/12/2023).

    7 – Desafios para a educação – “A educação para o uso de formas de inteligência artificial deveria visar sobretudo a promoção do pensamento crítico. É necessário que os utentes das várias idades, mas principalmente os jovens, desenvolvam uma capacidade de discernimento no uso de dados e conteúdos recolhidos na web ou produzidos por sistemas de inteligência artificial. As escolas, as universidades e as sociedades científicas são chamadas a ajudar os estudantes e profissionais a assumir os aspetos sociais e éticos do progresso e da utilização da tecnologia” ” (Retirado do site: 57º Dia Mundial da Paz 2024 – Inteligência artificial e paz | Francisco (vatican.va). Acesso: 31/12/2023).

    8 – Desafios para o desenvolvimento do direito internacional – “A este respeito, exorto a Comunidade das Nações a trabalhar unida para adotar um tratado internacional vinculativo, que regule o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial nas suas variadas formas. Naturalmente o objetivo da regulamentação não deveria ser apenas a prevenção de más aplicações, mas também o incentivo às boas aplicações, estimulando abordagens novas e criativas e facilitando iniciativas pessoais e coletivas” (Retirado do site: 57º Dia Mundial da Paz 2024 – Inteligência artificial e paz | Francisco (vatican.va). Acesso: 31/12/2023).

    O Papa Francisco nos propõe por meio da sua mensagem que possamos conciliar a tecnologia-ciência com o bem-estar visando sempre a dignidade humana e o cuidado com a Casa Comum. A inteligência artificial é instrumento que está a serviço do ser humano e este não deve sobrepor o gênero humano.

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