“Sede, pois, perfeitos como vosso pai celestial é perfeito” (Mt 5, 48). Jesus dirige estas palavras não somente aos Apóstolos, mas a todos os que de verdade queiram ser seus discípulos. O Evangelho menciona expressamente que quando Jesus termina estes discursos, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. Essa multidão que O escutava devia estar formada por mães de família, pescadores, artesãos, doutores da lei, jovens… Todos o entendem e ficam impressionados, porque o Senhor dirige a todos.
O Mestre chama todos à santidade sem distinção de idade, profissão, raça ou condição social. Não há seguidores de Cristo sem vocação cristã, sem uma chamada pessoal à santidade. Deus nos escolheu para sermos santos e imaculados na sua presença, dirá São Paulo aos primeiros cristãos de Éfeso.
A Igreja tem a graça de celebrar neste dia 03 de fevereiro o dia de São Brás. O santo de hoje nasceu na cidade de Sebaste, Armênia, no final do século III. São Brás, primeiramente, foi médico, mas entrou numa crise, não profissional, pois era bom médico e prestava um ótimo serviço à sociedade. Mas nenhuma profissão, por melhor que seja, consegue ocupar aquele lugar que é somente de Deus. Então, providencialmente, porque ele ia se abrindo e buscando a Deus, foi evangelizado. Não se sabe se já era batizado ou pediu a graça do Santo Batismo, mas a sua vida sofreu uma guinada. Esta mudança não foi somente no âmbito da religião, sua busca por Nosso Senhor Jesus Cristo estava ligada ao seu profissional e muitas pessoas começaram a ser evangelizadas através da busca de santidade daquele médico.
Sucessor dos apóstolos e fiel à Igreja, era um homem corajoso, de oração e pastor das almas, pois cuidava dos fiéis na sua totalidade. Evangelizava com o seu testemunho. São Brás viveu num tempo em que a Igreja foi duramente perseguida pelo imperador do Oriente, Licínio, que era cunhado do imperador do Ocidente, Constantino. Por motivos políticos e por ódio, Licínio começou a perseguir os cristãos, porque sabia que Constantino era a favor do Cristianismo. O prefeito de Sebaste, dentro deste contexto e querendo agradar ao imperador, por saber da fama de santidade do bispo São Brás, enviou os soldados para o Monte Argeu, lugar que esse grande santo escolheu para sua casa episcopal. Dali, ele governava a Igreja, embora não ficasse apenas naquele local.
São Brás foi preso e sofreu muitas chantagens para que renunciasse à fé. Mas por amor a Cristo e à Igreja, preferiu renunciar à própria vida. Em 316, foi degolado. Daí o piedoso c
Piedoso costume de abençoar as gargantas no seu dia continua até hoje, sendo usadas velas nas cerimônias comemorativas. São utilizadas para lembrar o fato da mãe do menino curado por São Brás, ter levado a ele velas na prisão. Muitos eventos miraculosos são mencionados nos estudos sobre São Brás e é muito venerado na França e Espanha. Suas relíquias estão em Brusswick, Mainz, Lubeck, Trier e Cologne na Alemanha. Na França em Paray-le-Monial. Em Dubrovnik na antiga Iugoslávia e em Roma, Taranto e Milão na Itália. Na liturgia da Igreja Católica São Brás é mostrado com velas nas mãos e em frente a ele, uma mãe carregando uma a criança com mão na garganta, como pedindo para ele curá-la. Daí se originou a benção da garganta no seu dia.
Ao olhar o exemplo de São Brás, devemos buscar a Santidade. O mundo necessita de Deus, tanto mais quanto mais afirma que não necessita d’Ele. Nós, cristãos, esforçando-nos por seguir a Cristo seriamente, temos por missão dá-lo a conhecer. Santificar o trabalho. Santificar-se no trabalho. Santificar os outros com o trabalho. O cristão, com ajuda de Deus, procurará tornar nobre e valioso o que é vulgar e corrente, esforçar-se-á por converter tudo o que toca não tanto em ouro, como na lenda do rei Midas, mas em graça e glória. A Igreja recorda-nos a necessidade urgente de estarmos presentes no meio do mundo, para reconduzir a Deus todas as realidades terrenas. Isto só será possível se nos mantivermos unidos a Deus mediante a oração e os sacramentos. Como os ramos estão unidos à videira, assim devemos nós estar unidos ao Senhor em todos os instantes.
Portanto, o cristão deve ser “outro Cristo”. Esta é a grande força do testemunho cristão. De Jesus se dizia, como resumo da sua vida, que passou pela terra fazendo o bem, e isso deveria dizer-se de cada um de nós, se de verdade queremos imitá-lo. “O Senhor Jesus, mestre e modelo divino de toda a perfeição, pregou a todos e cada um dos discípulos, de qualquer condição, a santidade de vida qual Ele mesmo é o autor e o consumador: Sede, pois, perfeitos […].” É assim evidente que todos os fiéis cristãos de qualquer estado ou condição de vida são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade.
Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, sejamos livres de todos os maldes da garganta! São Brás, rogai por nós!