A Igreja celebra no dia 2 de novembro o dia de Finados, ou como enuncia a Igreja a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos. É um dia para lembrarmos com carinho daqueles que já partiram. Não é um dia de tristeza, mas de saudade, e através da fé acreditamos que aqueles que já partiram na graça de Deus estão junto de Deus e um dia todos nós nos encontraremos na vida eterna.
O dia de Finados é feriado nacional, mas não é um feriado qualquer no qual podemos ir simplesmente viajar ou passear, esse dia deve ser guardado com carinho, em respeito a aqueles que já faleceram. Esse dia deve ser guardado para irmos ao cemitério visitar o túmulo dos entes queridos que dormem o sono da paz e participar da Santa Missa em memória dos fiéis defuntos, ou no cemitério ou em sua paróquia.
Em nossa profissão de fé rezamos: “creio na ressurreição da carne e na vida eterna”, através da nossa fé católica acreditamos que a vida não termina aqui, mas ela continua na eternidade. A nossa vida terrena é passageira, é breve, e passamos por aqui em vista da vida eterna.
Jesus Cristo abriu-nos as portas da eternidade a partir da sua morte e posterior ressurreição, Ele nos garantiu que existia a vida eterna e que nos prepararia um lugar junto de Deus. A nossa vida está nas mãos de Deus. O tempo de Deus é diferente do nosso, a nossa vida pode durar sessenta, setenta ou oitenta anos, mas devemos procurar viver retamente para estarmos preparados para o momento do encontro com o Senhor.
Não podemos viver com medo do dia de nossa morte, por mais que o assunto nos assuste um pouco. Todos os seres vivos nascem, amadurecem, crescem e depois de uma certa idade morrem, “ninguém fica para semente”. Enquanto estamos nesse mundo terreno devemos viver amando a Deus e ao próximo e tendo no coração a certeza de que um dia nos encontraremos com Deus. Não sabemos quando será o dia e a hora de nosso encontro definitivo com Deus, como dizia Jesus: “Vós não sabeis qual o dia e a hora, nem os anjos do céu e nem o filho sabem, somente o Pai”. O mundo terreno acaba para aqueles que morrem, mas inicia para aqueles que morrem a vida eterna.
O Dia de Finados é próximo da data que celebramos o Dia de Todos os Santos (aqui no Brasil no domingo seguinte), pois somos convidados a viver a santidade no dia a dia, com o nosso batismo somos chamados a ser sal na terra e luz no mundo e testemunhas de Jesus Cristo. Temos que buscar uma vida santa, levaremos dessa vida sobretudo o quanto fomos capazes de amar o nosso próximo.
No dia de Finados somos convidados a rezar pelos falecidos, considerando que nesse dia reza-se por aquelas pessoas que nos precederam. Nos cemitérios acontecem missas com uma frequência razoável e nas paróquias também são celebradas missas no dia. As Igrejas ficam abertas para que os fiéis possam rezar pelos seus falecidos.
Desde sempre os católicos têm o costume de rezar por seus entes queridos, prestar homenagem e enfeitar os túmulos. A exemplo de Jesus, que morreu e foi sepultado, e José de Arimatéia e Nossa Senhora preparam o seu corpo para o sepultamento. Depois, é claro, Jesus deixa o túmulo vazio e ressuscita. Ainda se celebra a missa de sétimo dia, mensal e anual daqueles que já partiram.
Desde o século XI, os papas Silvestre II, João XVIII e Leão IX, recomendavam vivamente que os cristãos dedicassem um dia para rezar por quem já havia falecido. Celebrar a memória de alguém que já partiu, é de certa maneira ter a certeza de que a pessoa sempre estará conosco. Não podemos esquecer daqueles que já se foram, pois alguma marca deixou em nossa vida.
A partir do século XII o Dia de Finados passou a ser celebrado pela Igreja católica em 2 de novembro. A partir do século IV foi acrescentada na oração eucarística a oração por todos os fiéis defuntos, para que a cada missa os fiéis possam lembrar de quem já se foi.
Do dia 1º de novembro ao dia 8 de novembro os fiéis podem lucrar Indulgência Plenária, aplicando-as em sufrágio das almas dos fiéis defuntos. Segundo a Indulgentiarum Doctrina (Norma 15), um católico pode ganhar indulgência plenária por um defunto “em todas as igrejas, oratórios públicos ou semipúblicos – para os que legitimamente usam desses últimos”. É necessário seguir as condições habituais de confissão sacramental, comunhão Eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice.
São condições para obter indulgência plenária: 1 – Confessar-se bem, rejeitando todo pecado; 2 – Participar da Santa Missa e comungar com esta intenção; 3 – Rezar pelo Papa ao menos um Pai Nosso, Ave Maria e Glória, sem esquecer do Símbolo – o Credo e 4 – Visitar o cemitério e rezar pelo falecido.
Você poderá lucrar uma indulgência por vez do dia 1º ao dia 8 de novembro próximo, aplicando-a as almas dos defuntos.
É difícil nos separar daqueles que amamos e a morte com certeza é momento duro, mas celebramos com saudade e não com tristeza essa data, tendo a certeza de que um dia nos encontraremos com quem já se foi. Celebremos esse dia com esperança e fé de que a vida não termina aqui, mas continua na eternidade, e que um dia todos nós nos encontraremos na eternidade.
Que as almas dos fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz, Amém!