Deus do Livro Sagrado

     

     

    Penso que o objetivo do mês da Bíblia é o de ajudar as pessoas batizadas, as que receberam, à luz da Palavra de Deus, o encargo de vencer as indiferenças, despertando-as contra o comodismo. Que todos os batizados tenham em vista a renovação espiritual bem no seu íntimo, voltando-se para um passado longínquo, e na voz dos profetas, que são suplicantes para nossos tempos. Inspirados e animados pelo Livro Sagrado, que saibamos olhar o mundo, num sincero desejo de fermentá-lo e transformá-lo, apresentando-lhe sinais de esperança e solidariedade, seguros de que Deus leva em conta nosso esforço, o testemunho coerente e a vontade de lutar e viver.

    No mês da Bíblia a gratidão que Deus aceita e acolhe é a que vem do coração humilde, um coração convicto de que só o Senhor suscita “o querer e o fazer”, segundo o apóstolo Paulo. Nada mais lhe é agradável do que agradecer a Deus pelos grandes benefícios, que é o mesmo que implorar o cumprimento de sua ação salvífica, na ternura e na misericórdia divina, num Deus que, no Filho, quer reconciliar o mundo consigo.

    O mês de setembro, o da Bíblia, foca e desperta nossa consciência do Deus infinito e do mistério de amor, que quer de seus seguidores um sólido redescobrimento de sua presença, à medida que as pessoas são inseridas no mundo e comprometidas com seu projeto de amor, levadas adiante pelo Filho de Deus, Jesus de Nazaré. Por isso mesmo é que Deus quer, através do Livro Sagrado, enriquecer, com seu duradouro amor, as criaturas que Ele criou, convencendo-as da morada permanente.

    Enamorados de Deus, de tal modo, somos convidados a acreditar numa missão árdua e elevada, sem precedentes – fruto do mistério da palavra de Deus –, e na eficácia da oração, sinal evidente a nos ensinar, num olhar confiante para o céu, vendo as estrelas, a lua, compreendendo, na graça desse mesmo Deus, a beleza infinita a atrair as pessoas, sendo preciosa a criatura humana, entre todas, embora a menor – abaixo dos anjos –, mas que recebeu o poder e o vigor divino de tudo dominar (cf. Sl 8).

    Como é maravilhoso o Livro Sagrado! Dele não podemos prescindir, pois nos revela um Deus clemente e indulgente. Além do nosso louvor, bendigamos a Ele, por seus incontáveis prodígios, revelados e manifestados ao mundo, muito acima de nossos méritos. Como São Francisco de Assis, que possamos repetir: “Onipotente, santíssimo, altíssimo e sumo bem, todo o bem, único bem. Ao Senhor toda a glória, todas as graças, toda a honra e toda a bênção”. Assim seja!

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