O Sínodo para a Amazônia foi uma resposta do Papa Francisco à realidade da Pan-Amazônia. Seu objetivo principal é identificar novos caminhos para a evangelização, especialmente dos indígenas, e também por causa da crise da Floresta Amazônica. A Assembleia Sinodal foi realizada no Vaticano entre os dias 6 e 27 de outubro de 2019. A Comissão Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) intercedeu por este evento eclesial para que, principalmente o Documento de Trabalho, fosse aprofundado coletivamente nas dioceses e prelazias da Amazônia.
Em julho de 2019, por exemplo, houve o Seminário de Estudo do Documento de Trabalho do Sínodo. Participaram 23 bispos, sendo 5 deles membros do Conselho Pré-Sinodal, secretário Executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM, assessores e especialistas. O objetivo do encontro era, a partir do contexto desafiador da Amazônia aprofundar o estudo do Documento e Trabalho, para elaborar propostas concretas e fundamentadas em vista da Assembleia Sinodal.
Durante os três dias, a proposta era a de que o grupo se concentrasse em torno de dois grandes eixos de estudo e propostas, entre os quais, a realidade amazônica e os desafios do mundo urbano. O encontro foi organizado pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP) e pela REPAM-Brasil.
No mesmo mês, em julho, também houve o Seminário de Estudo do Documento de Trabalho do Sínodo, em Brasília (DF). Durante os três dias de atividade, os participantes puderam aprofundar as temáticas discutidas no Instrumentum Laboris, bem como identificar as possíveis carências e imprecisões no texto. Ainda, os bispos participaram de oficinas de texto como preparação das aulas sinodais.
Em agosto, os bispos de toda a Amazônia foram recebidos pela arquidiocese de Belém, nos dias 28 a 30. A proposta do encontro, que foi realizado no Centro de Espiritualidade Monte Tabor, da Arquidiocese de Belém, também foi o estudo do Documento de Trabalho do Sínodo, bem como partilha das experiências das escutas e da caminhada do processo sinodal nas dioceses e prelazias da Amazônia. Essa foi a última atividade antes do Sínodo, em outubro, que reuniu todos os bispos da Amazônia brasileira, bispos de outros países cujo território encontra-se parte do bioma e bispos do mundo todo.
Defesa dos povos indígenas, rito amazônico, novos ministérios, diaconato das mulheres, inculturação e ecologia integral foram alguns dos temas que passaram pela aprovação da assembleia do Sínodo para Amazônia, em outubro, depois de três semanas de discussões. À época, o relator-geral do Sínodo, cardeal Cláudio Hummes, presidente da Rede Eclesial Pan-amazônica (Repam) e da Comissão para a Amazônia, disse que os resultados foram positivos.
“Acredito que o Sínodo conseguiu mostrar novos caminhos e fazer também uma reflexão sobre que tipo de novos caminhos são necessários neste momento. O Sínodo corre dentro dessa grande crise socioambiental que o mundo todo, que o planeta todo, está padecendo, está sofrendo, ou seja, uma crise climática, uma crise ecológica e junto disso, a crise da pobreza no mundo, dos pobres. Tudo isso, nós chamamos de uma crise socioambiental.”
Segundo dom Cláudio, o Documento final do Sínodo “deve ser lido não como se fosse um livro escrito por um autor que tem uma linha de pensamento muito conectado, com uma fluência muito grande. Esse é um Documento construído, e esse é o seu valor, por toda uma grande assembleia, construído por muitas mãos. O que é importante nesse Documento são os conteúdos. Não tanto se é belo literariamente, enfim. É um Documento pastoral, profundamente pastoral, e devemos ler os conteúdos”.