Depressão e Libertação

    No marco do Dia Mundial da Saúde de 2017, comemorado a cada 7 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu início a uma campanha sobre depressão, transtorno que pode afetar pessoas de qualquer idade em qualquer etapa da vida.

    A depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma muito importante para a carga global de doenças. Mais mulheres são afetadas pela depressão que os homens. No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio.

    A depressão é uma doença comum em todo o mundo, com uma estimativa de 350 milhões de pessoas afetadas. A condição é diferente das flutuações usuais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. Especialmente quando de longa duração e com intensidade moderada ou grave, a depressão pode se tornar uma séria condição de saúde. Ela pode causar à pessoa afetada um grande sofrimento e disfunção no trabalho, na escola ou no meio familiar. Na pior das hipóteses, a depressão pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano – sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos (1).

    No Brasil

    O “país do carnaval”, “do futebol” e “das novelas” é recordista em casos de depressão na América Latina.
    De acordo com a OMS, cerca de 5,8% da população brasileira sofrem de depressão – um total de 11,5 milhões de casos. O índice é o maior na América Latina e o segundo maior nas Américas, atrás apenas dos Estados Unidos, que registram 5,9% da população com o transtorno e um total de 17,4 milhões de casos (2). “O fardo da depressão e de outras condições envolvendo a saúde mental está em ascensão em todo o mundo”, concluiu a OMS.

    Brasil é Recordista em Ansiedade

    Ainda segundo a OMS, o número de pessoas com transtornos de ansiedade era de 264 milhões em 2015, com um aumento de 14,9% em relação a 2005. O Brasil é recordista mundial em prevalência de transtornos de ansiedade: 9,3% da população sofrem com o problema. Ao todo, são 18,6 milhões de pessoas. Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a segunda maior causa de morte em 2015 (3).
    Nas Américas, quase sete em cada 10 pessoas com depressão não recebem o tratamento de que necessitam. “Devemos agir agora para superar as lacunas que separam as pessoas com condições mentais dos serviços de saúde de que precisam”, disse Dévora Kestel, chefe da unidade de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OPAS/OMS (4).

    Conclusão

    A depressão é uma doença que tem seu lado silencioso, dissimulada, mascarada, escondida e demolidora. Todo mundo uma vez ou outra na vida se sente deprimido ou triste. É uma reação natural à perda, aos desafios da vida e à baixa autoestima. Mas, às vezes, o sentimento de tristeza se torna intenso, dura longos períodos e retira a pessoa da vida normal. A depressão é o mais comum dos transtornos mentais, mas é uma doença tratável.

    Existe uma metáfora para caracterizar a depressão: se chama o grande cão negro (Black Dog). Ela foi usada pelo escritor inglês Samuel Johnson, em 1780, para descrever sua própria depressão e foi popularizada pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill, que também enfrentou o problema.

    O livro O Demônio do Meio-Dia: Uma Anatomia da Depressão, do autor Andrew Solomon, ele descreve a ansiedade e a depressão como demônios do meio-dia. O autor explica de onde tirou a ideia para compor o título do livro. Segundo ele, há um trecho dos Salmos em que é citado o demônio do meio-dia, termo que foi associado à possessão e melancolia. Andrew Solomon aborda como a depressão foi caracterizada em diferentes séculos. Por exemplo, na Idade Média como um desfavor de Deus; no Renascimento romantizando a depressão e a melancolia, associando-a aos gênios e artistas; nos séculos passados separando a mente do corpo e procurando estratégias para conter essa aflição.

    A depressão pode ser cheia de altos e baixos, alternando “dias bons” e “dias ruins” sem muita lógica aparente. Geralmente, não se percebe uma motivação específica para as variações de humor: elas podem ser apenas uma forma de manifestação da depressão. É importante prestar especial atenção à falsa impressão de que a pessoa está curada quando passa por uma série de “dias bons”: na verdade, o quadro poderá mudar de repente, reforçando a necessidade de ajuda de um profissional muito experiente.

    Com auxilio de um especialista, farmacologia, exercícios físicos, reeducação alimentar e espiritualidade, a libertação da doença será um fato concreto!
    Dr. A. Inácio José do Vale

    Psicanalista Clínico

    Professor e Conferencista

    Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea- SOBRAPSICO/RJ. E da Associação Nacional de Psicanálise-ANPC/DF.
    E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com

    Fontes:
    (1)http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5321:depressao-e-tema-de-campanha-da-oms-para-o-dia-mundial-da-saude-de-2017&Itemid=839
    (2) http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-04/no-dia-mundial-da-saude-oms-alerta-sobre-depressao
    (3)http://g1.globo.com/bemestar/noticia/depressao-cresce-no-mundo-segundo-oms-brasil-tem-maior-prevalencia-da-america-latina.ghtml
    (4) http://www.anamt.org.br/portal/2017/04/06/dia-mundial-da-saude-oms-lanca-a-campanha-depressao-vamos-conversar/

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