A vida tem começo, iter e chegada. O início depende de cuidados, de atenção e proteção, tudo dentro de um processo de amadurecimento. A caminhada pode ser longa, como também curta. Ela tem em vista uma chegada vitoriosa, fruto das dificuldades e cruzes enfrentadas com objetividade e muita coragem.
Na visão misteriosa de Jesus, o caminho da vitória e da glória é a cruz. Isto é uma ideia incompatível com as realidades, já de seu tempo, como também com a cultura atual. Apesar dos sofrimentos, que atingem grande parte das pessoas, o que se aspira é o gozo, a felicidade e vida tranquila. Querem dizer que o sofrimento é desumano.
Abraão foi convocado por Deus para sacrificar o seu único filho, Isaac. O patriarca foi experimentado em sua fé, como muitos outros em suas vidas. O importante é que a recompensa, para quem assume com maturidade, é certa. A vitória deve ser fruto de determinação e critério no enfrentamento.
A fé em Deus nos iguala, seja na morte, que veio por Adão, ou na vida, que vem de Cristo. Encaremos um caminho de sofrimentos e vitórias, de tristezas e alegrias, mas tudo deve ser com objetivos consistentes e claros. Ter sempre a certeza de que Deus é por nós e nos acolhe em sua vida.
Dentro da mística cristã, é fundamental saber quem é Jesus Cristo. Ele é aquele que diz: Quem quiser seguir-me, pegue sua cruz (Mc 8, 34). O fracasso da cruz é caminho de vitória. É como o fato da transfiguração que revela a realidade da ressurreição. Este é o grande pensamento da quaresma.
Ser discípulo é anunciar a cruz e seguir o Mestre sem carreirismo e disputa pelo poder, como estava na mente de alguns dos apóstolos, e na mente de muita gente hoje. É ter a veste branca” da justiça e de comprometimento com a vida. Os fracassos aparentes são transformados em vitória. Isto não é tão fácil para ser entendido na prática, a não ser escutando a Palavra de Deus.