Em Jesus de Nazaré, temos a verdade do Reino de Deus, o filho de Maria e José, alfa e ômega. Nele, então, temos o Reino de Deus instaurado no meio da humanidade, no beneplácito desse mesmo Reino de amor, justiça e paz. Ao mesmo tempo em que Jesus postula, também conta com nossa acolhida, evidentemente criteriosa, nós que somos criaturas humanas, naquilo que é a essência do Reino, a partir das primeiras comunidades, que formaram a Igreja, em prelúdio ou no seu limiar, com a valorização da vida, florescendo em consonância com a vontade do Pai, pelos preceitos e crenças dos seus irrefutáveis valores.
Cristo Rei exige, dos seus seguidores, amor e solidariedade, diante da vida humana, desfigurada e estigmatizada pelo flagelo, que evidencia na ausência de dignidade: fome de toda sorte. Deus, que é Pai e amor, aspira e anseia por nossa afável ternura, no drama de milhares de seres humanos, sempre mais elevado e crescente, privados do que deveria ser básico e indeclinável para se sobreviver, sem esquecer sua bondade, mesmo num grande contingente de pessoas deslocadas: migrantes e refugiados.
Na solenidade de Cristo Rei, que seja uma palavra de ordem sonhar com uma Igreja constituída de comunidades, é claro, mas que carrega consigo o distintivo e emblema da fé e da esperança, no sonho do Papa Francisco, o de comunidades mais inclusivas, num não à apatia e à impassividade, no que diz respeito ao alimento da alma e do corpo. Nesse sentido, o anúncio é a salvação, e não a condenação. O Reino se edifica, pois, pelo homem que aceita Deus acima de todo e qualquer valor, não com palavras, mas na aceitação do Deus de Jesus de Nazaré, naquilo que ele é, resoluto, no destemor e na intrepidez: amor, justiça e verdade.
As comparações utilizadas por Cristo – como pesca, plantação, tesouro e fermento – revelam que o Reino de Deus se realiza aqui na terra, no dia a dia, por isso mesmo não cabe mais persistir num ambiente e clima desfavoráveis à sua mobilização. Cabe como dom e graça de Deus buscar o alcance de todos, tendo como compromisso neutralizar o flagelo das populações atingidas pela fome e pela miséria. Cristo é Rei, sim! Resta-nos convencermo-nos de seu bem supremo e absoluto e fazer com que Ele seja mais amado, percebendo-o na face de cada irmão.