Pessoas que chegam do Afeganistão dirigem-se ao ponto de passagem da Porta da Amizade na cidade de Chaman, na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, no Paquistão, em 16 de agosto de 2021 REUTERS / Abdul Khaliq Achakzai
Vatican News
“Depois de uma guerra de vinte anos com custos humanos incalculáveis e bilhões de euros em gastos, a retirada das forças armadas dos Estados Unidos está deixando o país em um abismo trágico”: é o que comenta a Caritas Italiana sobre os acontecimentos no Afeganistão, onde, após a retirada das tropas estadunidenses, após cerca de vinte anos em missão, o Talibã retomou o poder. No domingo, 15, a tomada do palácio presidencial em Cabul.
“Como sempre, serão os mais fracos a pagar o preço mais alto, já em dezenas de milhares de pessoas que fogem das zonas de combate”, diz um comunicado da Caritas que hipotetiza o retorno forçado, juntamente com o pessoal das embaixadas, também de sacerdotes, religiosos e religiosas que estão na capital.
Nessas horas, uma massa crescente de refugiados foge das zonas de conflito, aumentando a pressão em direção aos países vizinhos, de modo que hoje, no Paquistão, a Caritas fará um balanço da situação na região de Quetta, na fronteira com Afeganistão.
“A comunidade cristã é uma comunidade pequena, mas significativa, que nos últimos anos tem testemunhado a atenção para com os mais pobres e vulneráveis”, especifica a Caritas Italiana, comprometida no país desde os anos noventa e desde o início de 2000, envolvida em uma grande Programa de ajuda de urgência, reabilitação e desenvolvimento, que apoiou a construção de quatro escolas no vale do Ghor e o regresso de 483 famílias de refugiados ao vale do Panshir com a construção de 100 habitações tradicionais para os mais pobres e assistência aos deficientes.
Entre junho de 2004 e dezembro de 2007, dois operadores da Caritas italiana se revezaram no país com o objetivo de coordenar e facilitar as atividades e, sobretudo, ajudar os menores mais vulneráveis. Para a Caritas Italiana, “a instabilidade da situação levará à suspensão de todas as atividades, enquanto crescem os temores em relação à possibilidade de manter uma presença no futuro, bem como pela segurança dos poucos afegãos de fé cristã”.
Vatican News Service – TC