Coronavírus e a pobreza extrema

     

    “A crise do coronavírus poderia empurrar até 100 milhões de pessoas para a pobreza extrema, tornando ineficazes os progressos dos últimos três anos na redução da pobreza”. Foi o que declarou a Diretora Geral do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva.

    Cem milhões de pessoas a mais afetadas pela pobreza extrema, espalhadas por todo o mundo – esta é a extensão do risco temido por Kristalina Georgieva – o que significa que os governos devem rever completamente as políticas de recuperação econômica, dando mais espaço aos pequenos meios de subsistência, bem como aos grandes planos de reestruturação industrial.

    Segundo o economista italiano Leonardo Becchetti, diante do possível aumento da pobreza extrema, “precisamos rever os programas de recuperação, reunir recursos econômicos para os últimos. A Europa já está fazendo isso com o Fundo de Recuperação. É importante – sublinha Becchetti -, traçar um caminho principal, no qual possamos devolver dignidade ao trabalho, à proteção do meio ambiente, com impostos mais justos”. Também é fundamental olhar para o setor produtivo e de consumo, dando liquidez às empresas e rendas emergenciais aos setores sociais mais em dificuldade (1).

    Maranhão

    No Maranhão, em que vivem 6,8 milhões de habitantes, as dificuldades são ainda mais gritantes: é o Estado do Brasil com a maior proporção da população vivendo em situação de pobreza, segundo dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 54,1% dos maranhenses vivem com menos de R$ 406 por mês; além disso, mais de 81% não têm acesso a saneamento básico adequado, contra a média nacional de 35,9%. Para 29,2% dos maranhenses, não há abastecimento de água tratada.

    O Estado tem o maior percentual do país de trabalhadores informais — são 64,9% dos trabalhadores ocupados, segundo dados de 2018. De acordo com o governo do Estado, só 300 mil pessoas têm plano de saúde no Maranhão, em uma população de quase 7 milhões de pessoas (2).

    Depressão, morte e custos

    De acordo com um estudo de oito países da Escola de Economia de Londres, em 2016, descobriu-se que os funcionários no Japão eram os menos propensos a falarem aos empregadores sobre depressão, seguidos pelos americanos.

    Entre os países do G20, o Japão tem a terceira maior taxa de suicídio, atrás da Coreia do Sul e da Rússia. Mais de 90% daqueles que tentam suicídio sofrem de depressão. De fato, a Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou no Dia Mundial da Saúde Mental, em outubro, que metade de todas as doenças mentais começa aos 14 anos. A maioria dos casos permanece sem tratamento, apesar de o suicídio ser a segunda causa mais comum de morte 15 a 29 anos.

    O impacto econômico é, portanto, enorme e o estudo da LSE estima que a depressão custa coletivamente o Brasil, Canadá, China, Japão, Coréia, México e África do Sul e os EUA mais de 246 bilhões de dólares por ano. Somente no Japão, esse número totaliza 14 bilhões de dólares em produtividade perdida, pois o número de empregados doentes, ou que são improdutivos quando aparecem para o trabalho é grande (3).

    Conclusão

    As calamidades são enormes que levam milhões a extrema pobreza como: pandemia, guerras, tráfico de drogas, tráfico humanos, organizações criminosas, corrupção, a indústria da prostituição, governos ditatoriais, depressão, doenças mentais, o descaso ecológico, a falta de empreendedorismo na ciência e na tecnologia para o progresso educacional e científico.

    A maior catástrofe depois da pandemia do Covid-19, é a pandemia ideológica capitalista na mente de certos governos e de influentes líderes que articulam políticas de desigualdade social. O luxo de poucos é o lixo de muitos! A fortuna de poucos é a falta de muitos. A fartura de poucos é a fome de muitos. A inclusão de muito capital é para poucos e a exclusão dele é para muitos mortal. O poder de poucos é a nulidade de muitos!

    Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD

    Qualificado em Psicologia Clínica e Educacional

    Professor de Psicologia no Centro Educacional Católico Reis Magos

    Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ.

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica

    Notas:

    (1) https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2020-06/fmi-a-covid-pode-causar-100-milhoes-de-novos-pobres-no-mundo.html

    (2) https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52496785

    (3) https://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=12806

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