Bispo coloca suas esperanças no Supremo Tribunal de Israel
O bispo auxiliar, William Shomali, do Patriarcado Latino de Jerusalém espera que a Suprema Corte de Israel encontre uma solução justa no caso Cremisan. Em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) o bispo disse que nesta quarta-feira os juízes da Suprema Corte, no tribunal de última instância, ouvirão as objeções da parte cristã contra a construção da barreira de segurança israelense.
Dom Shomali, que é responsável pelos territórios palestinos no Patriarcado Latino, disse: “Minha mente cética me diz que não vai ser uma decisão que beneficiará o povo do Vale de Cremisan, porque a segurança de Israel é sagrada. Mas meu coração se recusa a seguir este caminho e me diz que ainda há esperança. Afinal de contas, temos feito e orado muito. Por isso a chama da esperança ainda não se extinguiu”.
Caso a construção do muro seja aprovada, 58 famílias cristãs terão suas propriedades confiscadas no Vale Cremisan em Beit Jala, perto de Belém. Dois conventos também serão afetados. O Exército de Israel enfatiza que a barreira que atravessará o Vale é estritamente necessária por razões de segurança. Os palestinos não veem isso como convincente e apontam novas rotas alternativas. Mais recentemente uma oposição aos planos do exército foi rejeitada pelo tribunal de Tel Aviv.
Toda sexta-feira as pessoas afetadas rezam por uma solução justa. No ano passado, o pastor da comunidade católica, Ibrahim Shomali, entregou ao Bispo Auxiliar uma carta dirigida ao Papa Francisco, solicitando a ajuda de Roma. Mas o bispo auxiliar William Shomali explicou que o Papa poderia tomar uma posição pública em nome de Cremisan durante sua visita à Terra Santa em maio. “A Igreja Católica interveio de várias formas, por exemplo através da Conferência dos Bispos dos EUA. O arquivo sobre o caso de Cremisan está em cima da mesa do Secretário de Estado americano John Kerry”, disse Dom Shomali. “Mas no que diz respeito a uma possível intervenção do próprio Santo Padre, devo lembrá-los que existem muitas questões de justiça no mundo e na Terra Santa. Caso o Papa se envolva, ele vai fazê-lo discretamente, por exemplo, em conversas privadas e através da Nunciatura. Papa Francisco quer resultados, e não apenas o confronto.”