Termina nesta quinta-feira, 20, a reunião da Comissão de Diálogo Bilateral Católico-Luterana. O evento, que iniciou no último dia 18, ocorre no Centro de Espiritualidade Cristo Rei, em São Leopoldo (RS), e reúne cerca de 50 participantes para estudo do Documento “Do Conflito à Comunhão”, que oferece a católicos e luteranos um enfoque conjunto para a comemoração dos 500 anos da Reforma, que serão celebrados em 2017.
O diálogo bilateral entre as duas Igrejas teve início na década de 1990 e o ponto de partida foi o consenso sobre a justificação e graça, assinado em 1999.
Segundo o bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumênico e Diálogo Inter-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Francisco Biasin, o Seminário Ecumênico de Diálogo é realizado em São Leopoldo porque na cidade há instituições de diálogo há muito tempo. “No Rio Grande do Sul, historicamente, existe um diálogo fecundo entre as duas Igrejas”, explica.
Dom Biasin também salientou que o evento é vivenciado de forma muito fraterna, pois além da aproximação de teses, é uma aproximação de pessoas na fraternidade. “Eu não amo o meu irmão porque pensa como eu, o amo porque é meu irmão. Portanto, a aproximação é realizada a partir da vivência do batismo e do Evangelho. Temos muito em comum e muitos embates do passado estavam mais no nível de papel, cultura e contexto histórico. Após 500 anos, hoje, esses contextos não influenciam mais e podemos dialogar abertamente. Usamos palavras diferentes, mas que expressam a mesma realidade. Progredindo no diálogo vamos nos compreender melhor e quem sabe um dia vir a celebrar a eucaristia juntos e celebrar o que temos em comum a partir do batismo e pertencemos ao mesmo corpo de Cristo”, reforçou.
Segundo a pastora Wanda Deifelt, a Comissão Bilateral de Católicos e Luteranos teve duas incumbências. A primeira foi falar sobre o batismo e a segunda elaborar um texto alusivo a 2017, pela ocasião dos 500 anos da fixação das 95 teses de Martinho Lutero, na Igreja de Wittemberg, na Alemanha. “Nós gostaríamos de usar essa oportunidade para uma celebração e ao mesmo tempo fazer um reconhecimento de que nem tudo na reforma foi positiva”, frisou.
A programação do seminário contou ainda com um painel de memória da caminhada ecumênica; apresentação do Concílio Ecumênico Vaticano II; exposição do estudo do documento Do Conflito à Comunhão e debates.
Fonte: CNBB