Colunas da Igreja e sinais da Unidade e da Evangelização!

    Remonta ao século III a tradição de que a Liturgia une na mesma celebração as duas colunas da Igreja, São Pedro e São Paulo. Mestres inseparáveis de fé e de inspiração cristã pela sua autoridade, simbolizam todo o Colégio Apostólico.

    Pedro era natural de Betsaida, onde exercia a profissão de pescador. Jesus chamou-o e confiou-lhe a missão de guiar e confirmar os irmãos na fé. É uma das primeiras testemunhas de Jesus ressuscitado e, como arauto do Evangelho, toma consciência da necessidade de abrir a Igreja aos gentios (At 10-11). Pedro, junto com o seu irmão André(Mt 4,18) está entre os primeiros discípulos de Jesus. Escolhido por Cristo para ser o fundamento da Igreja(Mt 16,13-19) e testemunha privilegiada dos milagres e da vida de Jesus, na sua pessoa e na de seus sucessores, é o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade.

    Paulo de Tarso, perseguidor acérrimo da Igreja, converte-se no caminho de Damasco. A partir daí, a sua vivacidade e brilhantismo são postos ao serviço do Evangelho. Fortemente apaixonado por Cristo, percorre o Mediterrâneo para anunciar o Evangelho da salvação, especialmente aos pagãos. São Paulo foi o instrumento escolhido para a evangelização dos pagãos. Sua atividade missionária foi muito mais extensa que a dos demais apóstolos, estendendo-se por grande parte da Europa e Ásia mediterrâneas.

    Depois de terem sofrido toda a espécie de perseguições, ambos são martirizados em Roma. Regando com o seu sangue o mesmo terreno, “plantaram” a Igreja de Deus.

    A Segunda leitura da missa desta solenidade(cf. 2Tm 4,6-8.17-18) São Paulo a Timóteo diz que agora esta reservada para mim a coroa da justiça. São Paulo, ciente de que a hora de seu martírio se aproxima, faz o balanço de seu ministério: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé”(Cf. 2Tm 4,7). Ele não fala com soberba, nem se ilude. Nunca houve ministro de Cristo mais consciente das próprias deficiências. Como ele diz de si mesmo em sua primeira carta a Timoteo: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou o primeiro”(Cf. 1Tm 1,15).Ele se reconhece objeto da divina misericórdia, e sabe que a graça que Deus lhe havia reservado não foi estéril, mas fez com que trabalhasse mais do que todos os outros – “Não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo”(Cf. 1Cor 15,10). Desde a sua conversão, Paulo permaneceu fiel a esta graça. Portanto, olhando para trás, pode afirmar com uma consciência clara: “Combati o bom combate(…), guardei a fé”;  e, olhando para o futuro, pode declarar: “Desde agora está reservada para mim a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia”(Cf. 2 Tm 4,8). Que alegria e que privilégio poder possuir tal certeza e uma tal confiança!

    O ministério de São Paulo começou da mesma maneira que o ministério de São Pedro, tal como descrito no Evangelho de hoje(Cf. Mt 16,13,19) por Jesus: “E vós? Quem dizeis que eu sou?”, Pedro, inspirado pelo Pai, responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”(Cf. Mt 16,15-16). Esta confissão da fé marca o início de uma nova vida. Quando ao Pai agrada revelar-nos seu Filho(Cf. Gl 1,16) a nossa existência muda radicalmente. Dali em diante a nossa vida se transforma em anúncio de Cristo, serviço de Cristo, amor ativo por causa de Cristo, prontidão par levar a Cruz de Cristo, mesmo até o martírio, se assim fosse a vontade de Deus. Crer com o coração, confessar com os lábios, trabalhar com as mãos, morrer como o Mestre – tal é a vida apostólica.

    No dia de São Pedro e de São Paulo nós queremos rezar pelo seu atual Sucessor: o amado Papa Francisco. Que ele continue sendo a graça da misericórdia de Deus em favor do anúncio do Evangelho. São palavras tocantes do Papa Francisco, na Festa de Corpus Christi deste ano, que alentam nossa vida em abençoar a todos, particularmente, abençoar o ministério do Papa Francisco, muitas vezes incompreendido: “Por que faz bem abençoar? Porque é transformar a palavra em dom. Quando se abençoa, não se está a fazer uma coisa para si mesmo, mas para os outros. Abençoar não é dizer palavras bonitas, nem usar palavras de circunstância; mas é dizer bem, dizer com amor. Assim fez Melquisedec: espontaneamente diz bem de Abrão, sem que este tenha dito ou feito algo por ele. Assim fez Jesus, mostrando o significado da bênção com a distribuição gratuita dos pães. Quantas vezes fomos abençoados, também nós, na igreja ou nas nossas casas! Quantas vezes recebemos palavras que nos fizeram bem, ou um sinal da cruz na fronte! Fomos abençoados no dia do Batismo e, no final de cada Missa, somos abençoados. A Eucaristia é uma escola de bênção. Deus diz bem de nós, seus filhos amados, encorajando-nos assim a continuar. E nós bendizemos a Deus nas nossas assembleias (cf. Sal 68, 27), reencontrando o gosto do louvor, que liberta e cura o coração. Vimos à Missa com a certeza de ser abençoados pelo Senhor, e saímos para, por nossa vez, abençoarmos, para sermos canais de bem no mundo. É importante que nós, Pastores, nos lembremos de abençoar o povo de Deus. Queridos sacerdotes, não tenhais medo de abençoar! O Senhor quer dizer bem do seu povo; fica feliz em fazer-nos sentir o seu carinho por nós. E só depois de abençoados é que podemos abençoar os outros com a mesma unção de amor. Entretanto, é triste ver hoje quão facilmente se amaldiçoa, despreza, insulta. Assaltados por demasiado frenesi, não nos contemos, desafogando a raiva sobre tudo e todos. Muitas vezes, infelizmente, é quem grita mais e mais forte, é quem está mais irritado que parece ter razão e obter consensos. Não nos deixemos contagiar pela arrogância, não nos deixemos invadir pela amargura, nós que comemos o Pão que em si contém toda a doçura. O povo de Deus ama o louvor, não vive de lamentações; está feito para a bênção, não para a lamentação. Diante da Eucaristia, de Jesus que Se fez Pão, deste Pão humilde que contém a totalidade da Igreja, aprendamos a bendizer o que temos, a louvar a Deus, a abençoar e não a amaldiçoar o nosso passado, a dar boas palavras aos outros.(https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-06/homilia-integral-papa-solenidade-corpus-christi.html, último acesso em 23 de junho de 2019)

    A Igreja Católica continua diuturnamente a escutar as palavras que pela primeira vez Pedro ouviu de Cesareia de Filipe: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e tudo quanto ligares na terra ficará ligado nos céus, e tudo quanto desligares na terra será desligado nos céus” (Cf. Mt. 16, 19). Escutando estas palavras, toda a Igreja pede para ser a serva fiel e vigilante em cada vinda do Senhor, histórica e definitiva, para se preparar a si mesma para esta vinda e preparar a família humana inteira.

    Assim como a prepararam os Santos Apóstolos Pedro e Paulo. Que esta aspire por tal vinda com todas as forças. Assim como aspiravam eles. Vida longa e santo ministério apostólico ao Papa Francisco. E, na nossa generosidade, levemos o nosso generoso óbolo de São Pedro para que o Papa continue ajudando as populações mais carentes e atingidas pelas catástrofes.

    São Pedro e São Paulo, rogai por nós que recorremos a Vós, e continue iluminando e velando o seu sucessor, o amado Papa Francisco!

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here