Líderes do Brasil denunciam violações que têm sido praticadas no país
Representantes do Conselho Missionário Indigenista (Cimi), organismo ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), participam do 15º Fórum Permanente da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Questões Indígenas. O evento, que teve início no dia 9 de maio e encerra hoje, 20, conta com presença de mais de mil indígenas de todo o mundo.
Durante mais de dez dias, as temáticas em debate concentraram-se na prevenção de conflitos e paz, como também em assuntos ligados à questão da demarcação de terras.
Na ocasião, foi apresentado, pelos participantes do Brasil, o alto índice de suicídios entre jovens Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul. De acordo com a representante da Secretaria Especial de Saúde Indígena, Fabiane Vick, em 2015, foram registrados 45 casos de suicídio no estado. “Os maiores índices ocorrem entre jovens de 10 a 19 anos. Essa faixa etária corresponde a 61% de todos os casos de suicídio indígena”, explicou Vick.
O Cimi, também, tem denunciado, durante o Fórum, as violências e violações que têm sido praticadas contra os povos indígenas do Brasil. A entidade é representada pelos missionários Laura Vicuña Pereira e Flávio Vicente Machado, que se pronunciaram também no Fórum da ONU.
“Setores econômicos e políticos anti-indígenas brasileiros atuam fortemente dentro dos três poderes do Estado, com o propósito de colocar em marcha ações contra estes povos”, afirmou a missionária Laura ao plenário do Fórum da ONU, na sexta-feira, 13.
O líder indígena Eliseu Guarani e Kaiowá participou de reunião com representantes do Escritório de Prevenção ao Genocídio da ONU. Na ocasião, denunciou situações de violência com os povos indígenas no Brasil.
“Quero denunciar que as violências a que estamos submetidos é igual em todos os países. Não temos o direito de ir e vir, além de nos tratarem como estrangeiros em nosso próprio território. As grandes empresas violam os nossos direitos e os governos nacionais não cumprem com suas normas constitucionais relativas a seguridade e defesa de nossos direitos”, afirmou Eliseu Guarani.
CNBB com informações do Cimi e Rádio Vaticano.
Fonte: CNBB