Hoje gostaria de agradecer a Deus por tudo. A Deus agradeço a própria existência e por Ele a todos, naqueles os quais muito devo. Hoje peço licença para dirigir-me de um modo todo particular a Dom Eliseu Simões Mendes, que foi bispo auxiliar de Fortaleza (1950-1953), bispo de Mossoró (1953-1960) e primeiro bispo da diocese de Campo Mourão PR (1960-1080). Tinha como sonho e ideal perseguir a salvação do rebanho, e daí seu lema: Salus Gregis. Dom Eliseu nasceu aos 18 de maio de 1915 e faleceu em 02 de março de 2001, concluindo o entardecer de sua vida, com os últimos anos de dolorosa enfermidade, em sua terra natal, Feira de Santana – BA. São João da Cruz nos conforta nesse contexto, ao nos dizer que, “No entardecer da vida sereis julgados pelo o amor”.
Eu, Pe. Geovane Saraiva, fui seminarista de Dom Eliseu em Campo Mourão, Paraná. Agradecido e com dever de consciência para com a memória do insigne ministro do Senhor, que com a generosidade que lhe era peculiar, soube acreditar naquele jovem candidato, de origem simples e humilde, ao ministério sacerdotal em Campo Mourão, terra longínqua do seu torrão natal Capistrano. Dom Eliseu carregava consigo uma grande preocupação com a criatura humana, humanizando-a pela formação e qualificação. Homem de elevada degustação cultural, sensibilidade acadêmica e literária, sendo, portanto, na mais elevada expressão, um cultor das letras.
Agradeço ao bom Deus por ter colocado Dom Eliseu em meu caminho, e se hoje na minha simplicidade e modéstia, posso contribuir no mundo da cultura e da literatura, pelo hábito de escrever para diversos veículos de comunicação, especialmente nos novos meios de comunicação, partindo para a Evangelização pela Internet, por meio de Blogs e o Site, indo a areópagos no ciberespaço, onde antes não se ouvia falar de Jesus Cristo, lhes digo com veemência que a presença de Dom Eliseu em minha vida foi imprescindível, e de importância incomensurável. Sem esquecer que através das letras percebemos e defendemos o ser e o viver como cristão, com a didática de dar autonomia ao rebanho que me foi confiado, porém, sem esquecer, evidentemente, a arma da fé a orientar e mostrar o caminho pelo exemplo de vida cristã, longe da repressão dos doutores da lei, mas com a autoridade do Mestre e Senhor, que acompanha os seus e conhece cada um pelo nome (cf. Mc 1,22;Jo 10, 3).
Não posso esquecer a belíssima expressão do Livro Sagrado: “Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou” (cf. Rm 8, 37). Com esta expressão quero manifestar e revelar, em grande parte, a mão amiga e coração paterno de Dom Eliseu Simões Mendes, na sua abertura ao relativo, em um trabalho encarnado nas realidades da terra, mas sem se afastar das palavras cheias de forças e encanto do discípulo amado do Mestre: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (cf. Jo 17,15). Foi com esse rigor indizível e sem jamais deixar de perder de vista o sentido da transcendência, no imperscrutável e inesgotável, que Dom Eliseu, a exemplo do Bom Pastor, buscou a salvação do rebanho que lhe foi confiado. Neste sentido, homenageamos o Bispo porque para um Apóstolo, esta incansável busca a qual nos referimos é o fundamento, a origem e o sentido último de tudo que existe.
Aprendamos das palavras encantadoras do Santo Padre, o Papa Francisco, no sentido de elevar sempre mais o nosso ser, no amor pelos irmãos, no Regina Coeli de 10/05/2015: “O amor cristão é dar a vida pelos amigos, graças à força desta Palavra de Cristo, cada um de nós pode fazer-se próximo, junto dos irmãos e irmãs que encontra. O caminho de Jesus leva-nos a sair de nós mesmos para ir ter com os outros. Recordou ainda que é pelo batismo que somos inseridos na verdadeira Videira que é Cristo, passando da morte à vida. E são tantos os gestos que obedecem ao mandamento do Senhor: a proximidade a um idoso, a uma criança, a um doente, a uma pessoa só, ou sem casa, sem trabalho, imigrada ou refugiada”.