Texto referencial: “Tu és bendita entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como me é dado que venha a mim, a mãe do meu Senhor?” (Lc 1,42-43) E Maria disse: “Minha alma exalta o Senhor e meu espírito se encheu de jubilo, por causa de Deus, meu Salvador.” (Lc 1,46-47)
1º A vivência da fé, não precisa de eventos fantásticos, espetaculares, nem de aparições aos milhares de Nossa Senhora, ou de anjos. O fundamento da nossa fé, está na revelação de Jesus Cristo. Ele falou: revelou o que é necessário, para nossa santificação e salvação. Jesus, subindo ao céu, nos enviou: o Espírito Santo. Ele garante a fidelidade na vivência de nossa fé. Isso não impede que haja, infelizmente, exploradores ou até hereges inventores de modas, que exploram a fé dos mais ingênuos. Vejamos: toalhinha consagrada, óleo ungido, semente de feijão sagrado, água milagrosa do rio Jordão, terrenos no céu… Uma coisa é certa: rendeu bem. O pior é que, há gente correndo atrás disso… A pós-modernidade é pródiga em coisas semelhantes. Mas acima desses “super” profetas e aproveitadores, existe o magistério da Igreja e a providencial proteção de Maria, dizendo e mandando-nos obedecer a seu Filho: “fazei tudo que Ele (Cristo) vos disser”. (Jo 2,5)
2º Nossa Senhora de Guadalupe mostrou no México, todo o seu carinho, pela recém-descoberta, América Latina. É a mãe, ajudando a cuidar da obra de seu Filho Jesus Cristo, o único Salvador. Por isso, Maria está constantemente presente na vida de cada cristão católico. Razão pela qual é tanto invocada e imitada. Em 1531 apareceu a João Diego (Dieguito), um indígena, jovem, após o seu batismo. Aliás, Maria sempre esteve ao lado dos necessitados, pobres e deserdados. Basta ler algo, sobre aparições de Lurdes, Fátima, Guadalupe e Salette etc. No México, Ela pediu ao jovem índio que se dirige-se ao Bispo, Juan de Zumárraga, para pedir-lhe, a construção de um santuário, em sua honra. O Bispo pediu, então, um sinal para atendê-lo. Obteve-o. Além disso, Diego alcançou três favores: a cura do tio moribundo, a imagem da Virgem impressa no manto cheio de belíssimas flores, bem frescas, em pleno rígido inverno. Na pupila da Virgem, estava e ainda está refletida a figura do índio Diego. A imagem (da Virgem) foi submetida à rigorosa análise de técnicos da NASA, que ficaram perplexos com o que constataram. Mais perplexos ficaram, ainda, quando descobriram que os corantes usados na pintura, não eram do reino mineral, vegetal ou animal. Seja bem claro, que nós não cremos, por causa do veredito dos técnicos da NASA, mas por causa da Palavra de Cristo, ou seja do Evangelho. No entanto, é certo que deram uma “ajudinha” para aumentar nossa confiança na Virgem Mãe. O manto ainda hoje está intacto, mesmo que o material não seja de boa qualidade. Tem mais de 450 anos e ainda está guardado, no santuário para visitação. (cf. O Santo do dia, de Dom Servílio Conte, Vozes, 1985).
3º O Evangelho da celebração de Guadalupe, contempla a narração da visita da Virgem Maria, a sua prima Santa Isabel. Esta, imediatamente, a saúda dizendo “tu és bendita entre as mulheres”. A prima reconheceu em Maria a bendita e a mãe “do meu Senhor”, acrescentando que Ela era bem-aventurada, porque havia acreditado. Por isso, a Igreja a quer tão bem e a venera de modo especial. Sem dúvida, Ela nos ajuda a ser melhores cristões e discípulos mais coerentes e amorosos. Não, sem justíssimos motivos, foi Ela declarada Padroeira da América Latina. O Papa Francisco afirma: “Maria abraça todos os habitantes das vastas terras Americanas”. É verdade: abraça maternalmente a todos nós e nós, a Ela também. Felizes, como Isabel, do Evangelho, serão todos os cristãos que visitando os doentes e necessitados os ajudarem, em suas necessidades. Como, agora, por ocasião das enchentes e outros revezes, pelos quais o Brasil está passando.
4º Conclusão: Somos, de veras, felizes porque a Mãe do Salvador, nunca esquece os membros do seu povo.
+ Dom Carmo João Rhoden – SCJ
Bispo Emérito de Taubaté –SP
Presidente da Pró Saúde.
