Arcebispo de Kiev não viu com bons olhos a aproximação entre Roma e Moscou
O diretor do departamento de Relações Exteriores do patriarcado ortodoxo russo de Moscou, Hilarion de Volokolamsk, deu uma entrevista nesta semana à Interfax-Religion para falar sobre o encontro do papa Francisco com o patriarca Cirilo I em Cuba, no último dia de 12 de fevereiro.
Hilarion considera que a declaração conjunta dos dois líderes “será durante muito tempo um farol que guiará as duas tradições cristãs, a ortodoxa e a católica”.
No entanto, não é tão iluminadora a perspectiva das relações entre a Igreja ortodoxa russa e a Igreja greco-católica da Ucrânia, a quem os ortodoxos russos chamam de “uniatas” – termo considerado pejorativo pelos ucranianos.
Os greco-católicos da Ucrânia constituem a maior Igreja oriental em comunhão com o bispo de Roma, embora sigam o rito litúrgico bizantino. Devido às discrepâncias históricas entre os greco-católicos ucranianos e os ortodoxos russos, a recente aproximação entre Francisco e Cirilo não foi bem recebida pelo arcebispo-mor greco-católico de Kiev, Sviatoslav Shevchuk, que, a respeito do encontro entre o papa e o patriarca, declarou: “Estamos propensos, hoje, a afirmar que muitos crentes se sentem deixados de lado pelo Vaticano”.
Hilarion reagiu respondendo que a crítica de Sviatoslav foi “muito negativa, ofensiva não só para nós, mas também para o papa. Essas declarações mostram que o comando da Igreja greco-católica da Ucrânia continua fiel, como dizem, ao seu repertório de sempre. Não é só a voz do nosso patriarca que eles não querem escutar, é a do papa também. Eles têm uma agenda politizada, eles têm ‘clientes’ que lhes confiam tarefas concretas e a quem obedecem. Nem o papa tem autoridade para eles”.
É necessário continuar orando a Deus para que se cumpra o pedido de Cristo de que todos sejamos um.
Fonte: Aleteia