O sábado, 8, foi dia de encontro e formação para mais de mil catequistas das paróquias da diocese de Cruz Alta (RS). O Encontro Diocesano de Catequistas, promovido pela coordenação diocesana de catequese em parceria com a paróquia Nossa Senhora de Lourdes, foi realizado na Casa de Cultura do município de Ibirubá e contou com a assessoria do bispo auxiliar de Porto Alegre (RS), dom Leomar Brustolin, que coordenou a elaboração da Coleção Catequese com Leitura Orante, adotada como subsídio catequético na diocese.
Para o bispo de Cruz Alta, dom Adelar Baruffi, o encontro foi muito positivo para os catequistas e para os padres e seminaristas que participaram. “Neste momento em que a diocese está trabalhando e aprofundando esta caminha da vida cristã é muito importante ouvir uma palavra de alguém que conhece a fundo os textos que estão sendo usados em nossas comunidades. Isso dá segurança para esta caminhada, segurança para nossos catequistas, para que entendam a importância da missão que estão realizando, pois a catequese é uma verdadeira missão de evangelização”, ressaltou.
Nova metodologia
Em sua apresentação, dom Leomar Brustolin explicou que durante muitos anos a catequese foi vista como memorização de conteúdo, voltada para os sacramentos e sem metodologia, mas a partir do Concílio Vaticano II, com a descoberta do ritual de iniciação cristã para adultos, toda a metodologia foi revisada.
“É um paradigma novo. Não se trata apenas de uma nova postura, mas sim, uma nova mentalidade. Acredito que ainda leve uns 50 anos para que possamos entendê-la bem”, diz dom Leomar.
O bispo também salientou que o processo é longo e deve atingir a principal meta, que é o sentimento de pertença à comunidade. “Agora estamos plantando uma árvore que não está dando, suficientemente, os frutos. Um dos frutos necessários da catequese é a implantação de uma metodologia que faça a criança sentir-se parte da uma comunidade. Hoje muitas das crianças que fazem primeira comunhão e crisma ‘somem’ da Igreja. Isso é sinal de que a catequese não está atingindo a sua meta, que é fazer crianças e jovens se sentirem pertencentes à comunidade. A família, embora seja peça importante, não está evangelizada, mas não é culpada por isso, pois foi ‘mal nutrida’ em sua evangelização. Por isso, é preciso, com calma, preparar uma nova geração que vá ter filhos que evangelizem. Os que estão aí, hoje, em sua maioria estão afastados da comunidade. Os números revelam que existe uma defasagem, pois as pessoas procuram o batismo, mas depois não procuram a crisma”, elucidou.
Sobre a participação de tantos catequistas, dom Leomar expressou a esperança de uma “virada” para a catequese no regional. “Se esse grupo pensar um processo que venha a assumir uma catequese como iniciação, poderemos ver nesta região, em pouco tempo, os primeiros frutos. Como eu disse, vai demorar, mas já é o início, já é o começo de uma nova etapa”, desejou, pedindo ainda que o Espírito Santo e “Nossa Senhora de Fátima, a virgem Maria, discípula do Senhor, os ensine a trilhar os caminhos da palavra”.
Para o coordenador diocesano de catequese, padre João Alberto Bagolin, o encontro superou as expectativas. “Ficamos muito felizes com o número de participantes, assim como com a presença dos padres e o conteúdo trabalhado. A organização, a acolhida feita pela paróquia de Ibiubá, tudo contribuiu para que o encontro acontecesse da melhor maneira possível, para que pudéssemos reafirmar a nossa caminhada de catequese. De modo especial, reafirmar esta unidade que queremos construir, e que estamos conseguindo em nossa diocese, sendo este um passo muito importante e o principal objetivo deste encontro”, informou.
Fonte: CNBB