Casais unidos superam as dificuldades e constroem famílias sólidas

 

Segundo o bispo espanhol Antonio Algora, os casais que superam as dificuldades são os que estão verdadeiramente unidos, como “uma só carne”

 

Há uma frase na Bíblia que resume o que é o casamento cristão: “O homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne”.

Chama a atenção especialmente esse ser “uma só carne” com objetivo, centro ou ponto de partida e chegada da aventura entre duas pessoas: mulher e homem que se amam. Na medida em que isso é levado em consideração pelos dois como o objetivo mais importante do seu relacionamento, haverá mais possibilidades de alcançá-lo.

Quando esse “ser uma só carne” se dilui aos poucos, em pactos e consensos de convivência em que cada um busca sua própria realização, autoestima, direitos e inclusive bens econômicos e sociais, a crise matrimonial se instala, dentro ou fora do mesmo teto e aparência social.

Repito: observei atentamente as razões que costumam dar para explicar um divórcio e elas têm este elemento em comum: ou não se buscou desde o início ser “uma só carne”, ou esta realidade se diluiu com o tempo, cada vez mais breve em muitos casos, com a afirmação de que o outro ou a própria pessoa tem de ser escrupulosamente fiel aos seus próprios princípios, formas de viver, sua família, seus amigos, seus direitos, sua realização…

No entanto, quando vemos um casal que está vivendo e crescendo segundo esse “ser uma só carne”, contemplamos pessoas que não são, em absoluto, despersonalizadas ou carentes de liberdade; pelo contrário: adquirem e projetam em si mesmas e em seus filhos, familiares e amigos uma sensação de plenitude, de segurança e a capacidade de ser dom e presente generoso, que as torna, em conjunto ou separadas, pessoas criativas e fecundas, não somente para sua própria família, mas para a sociedade e para a própria Igreja.

Naturalmente, não estou falando de estados de perfeição nem de um mar de rosas, de algo extraordinário e excepcional; estou falando dessa maioria silenciosa que não coloca mais condições ao seu cônjuge a não ser a de que sejam uma só carne, em suas relações íntimas, com os filhos, com os pais e famílias de cada um deles; estes são os que não desistem e mantêm vivo o desejo de ser “com o outro”.

Certamente, a fé e o sacramento do Matrimônio são os fundamentos desta realidade. Aquele “Deus não muda; a paciência tudo alcança; quem a Deus tem, nada lhe falta; só Deus basta”, de Santa Teresa de Jesus, recorda a graça necessária para ter a certeza de que “nada te turbe, nada te espante, tudo passa”, que leva ao propósito decidido de que, quando Deus deu sua Palavra na vida desse casal, Ele não pode falhar, e sabe dar a energia necessária para chegar a ser, repito, “uma só carne”.

Estou falando de uma família que, apoiada no Matrimônio, está suportando o peso da crise moral, econômica e social da sociedade. Os filhos que têm o suporte de “uma só carne” crescem seguros no amor dos seus pais, bem como os irmãos, familiares, amigos e colegas.

 

Com certeza, que o homem não separe o que Deus uniu.

 

Fonte: Aleteia