A exposição fotográfica virtual Fluência, propõe pensar artisticamente sobre os percursos da ação humanitária realizada no projeto Orinoco, da Cáritas Brasileira, que oferece apoio a migrantes e refugiados venezuelanos, como também pessoas em situação de rua em Boa Vista e Pacaraima, residentes em Roraima.
O Projeto foi realizado de julho 2019 a agosto de 2020, e se propôs a melhorar as condições de vida das pessoas oferecendo instalações de Wash, para viabilizar acesso à água potável, lavanderias, banheiros e processos educativos com a comunidade migrante.
Apoiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID-BHA), as fotografias serão expostas no Galpão da Igreja Nossa Senhora da Consolata, com entrada restrita, também localizada em Boa Vista (RR) e aberta de forma virtual nas redes sociais da Cáritas Brasileira, no próximo dia 5 de agosto.
Foto da exposição Fluência sobre a instalação do Projeto Orinoco na Igreja Nossa Senhora de Consolata, em Boa Vista (RR). Foto: Adriana Duarte, 2019.
A exposição retrata as imagens do processo de construção das instalações sanitárias, que atualmente dão suporte para atender as necessidades básicas da comunidade migrante em Boa Vista e Pacaraima. Além disso, as fotografias expõem a relação afetiva, empática e transformadora das trocas culturais entre venezuelanos e brasileiros que trabalham e circulam diariamente nos espaços do projeto Orinoco.
As cores e a poética da exposição Fluência retomam um lugar importante de representatividade e potência criativa, dialogando com os povos e as línguas, gestos, seres que se encontram e fluem. O fluir, como possibilidade de ser espontâneo, orgânico, que remete a leveza das águas de um rio, torna-se importante para encarar os dias difíceis e, principalmente, para fazer brotar a continuidade de sonhos e de novas dinâmicas subjetivas e coletivas de reinvenção.
A fotógrafa venezuelana Adriana Duarte é a autora das fotografias, e conjuntamente com a artista venezuelana Génova Alvarado pensaram a exposição com inspiração em suas próprias experiências e olhares sobre a migração.
“Fluência vai ser uma exposição que recolhe a vida do Projeto Orinoco que muito além da prestação de serviço, pretendemos mostrar a incrível qualidade humana, o amor, a solidariedade de todos os tecidos e laços que se conseguiram construir de apoio para os migrantes. Mostramos a magnitude da construção dos espaços e também o resultado, pessoas que não conseguiam sorrir e nem ser olhadas, agora se mostram com dignidade e realmente se constroem como uma relação de parceria entre as pessoas que fazem o Projeto e as que se beneficiam dele. Mostramos que o caminho da migração é facilmente comparável às águas do Rio Orinoco, como fluxo de rios e pessoas”, destaca Adriana Duarte.
A exposição Fluência servirá como uma homenagem a todos os migrantes que estão constantemente se reinventando no fluxo migratório, como também é uma experimentação contemporânea para novos formatos de encontros artísticos e culturais.
“A exposição é um reconhecimento real da força, da vontade de realizar coisas das pessoas que estão participando do projeto. Não é uma exposição aberta para o público ir, estamos levando em consideração todo o tema do isolamento e da delicada situação que estamos vivendo”, enfatiza a fotógrafa Adriana Duarte.
É uma proposta mista que será física para as pessoas que passam no espaço da exposição frequentemente, mas será complementada com a produção vídeo-gráfica sobre a exposição e um lançamento virtual com auxílio das redes sociais da Cáritas, que possui o intuito de abranger o maior número de visitantes, sem comprometer a saúde de todos e todas, neste momento de pandemia de Covid-19.
Com texto da Cáritas Brasileira e fotos: Adriana Duarte