Bendita és tu … Bendito é o fruto!

                Está próximo o Natal e há no ar um espírito de vida. No tempo do Advento alguns personagens são destacados: o profeta Isaías que, séculos antes de Cristo, anuncia e alimenta a esperança no Messias; João Batista, o precursor, aponta para a presença do Salvador em meio ao povo, mas ainda não reconhecido e Maria aquela que acolhe por primeiro o Messias. No quarto domingo do Advento a liturgia destaca Maria (Miquéias 5,1-4; Salmo 79; Hebreus 10, 5-10 e Lucas 1,39-45).

                Lucas conta o encontro de Maria com Isabel. Duas senhoras, com idades diferentes e em circunstâncias diversas, são chamadas a colaborar neste momento da história da salvação. Nelas agiu misteriosamente a providência divina. Depois que Maria recebe o anúncio para ser a Mãe do Salvador e dizer sim, também fica sabendo que a prima Isabel, já idosa, está no sexto mês da gravidez. Ela coloca-se “apressadamente” em viagem para ir ao encontro dela. Ela se move e vai aonde uma urgência de ajuda está chamando. A sua pressa revela disponibilidade e amor ao próximo.

                Maria se coloca a caminho e graças ela, também Jesus, antes de nascer já faz um movimento em direção aos outros. Esta característica acompanhará toda a vida missionária de Jesus. O encontro com Isabel é marcado pela alegria, tanto da parte das mães grávidas quanto dos filhos no ventre delas. É um encontro de mulheres grávidas e dos filhos por nascer. Os diálogos que seguem são movidos pelo Espírito Santo.

                “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” A bênção está presente em toda a Sagrada Escritura indicando um gesto de adoração e homenagem a Deus. As bênçãos podem ser das pessoas que celebram a Deus pelas obras realizadas e a outra característica é a invocação do poder de Deus sobre alguém ou sobre alguma coisa.

                A bênção é um dom que tem relação com a vida e a fecundidade, isto vale tanto para a terra como para as pessoas. “Bendito é o fruto do teu ventre”. Maria é celebrada por causa da sua maternidade. Assim a bênção vem de Deus e retorna a ele em forma de invocação e oração. É o reconhecimento do que Deus fez.

                “Bem-aventura aquela que acreditou, porque será cumprindo, o que o Senhor lhe prometeu”. A bem-aventurança que Isabel profere revela a adesão de Maria à vontade divina. Ela não é somente destinatária da bênção divina, mas também uma pessoa responsável que aceita e se torna fonte de bênçãos. É uma mulher de fé. “A mãe do Senhor é ícone perfeito da fé, como dirá Santa Isabel: “Feliz aquela que acreditou”. Em Maria, Filha de Sião, tem cumprimento a longa história da fé do Antigo Testamento, com a narração de tantas mulheres fiéis […] Na plenitude dos tempos, a Palavra de Deus dirigiu-se a Maria, e Ela acolheu-a com todo o seu ser, no coração, para que n’Ela tomasse carne e nascesse como luz para os homens. […] De fato, na Mãe de Jesus, a fé mostrou-se cheia de fruto e, quando a nossa vida espiritual dá fruto, nós nos enchemos de alegria, que é o sinal mais claro da grandeza da fé. Na sua vida, Maria realizou a peregrinação da fé seguindo o seu Filho” (Papa Francisco – A Luz da fé, nº 58).

                Às vésperas do Natal o exemplo de Maria nos provoca e questiona. Como está a minha fé? A minha fé me move para acolher a Deus e aproximar-se das necessidades do próximo? O exemplo da Maria nos dá a certeza que fé e amor ao próximo torna a nossa vida bendita.

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