Autismo (Transtorno do Espectro Autista – TEA)

    O Autismo (Transtorno do Espectro Autista – TEA) é um problema no desenvolvimento neurológico que prejudica a organização de pensamentos, sentimentos e emoções.

    Tem como características a dificuldade de comunicação por falta de domínio da linguagem e do uso da imaginação, a dificuldade de socialização e o comportamento limitado e repetitivo.

    Os sinais de alerta surgem nos primeiros meses de vida, mas a confirmação do diagnóstico costuma ocorrer aos dois ou três anos de idade.

    A palavra autismo vem do grego autós, que significa “de si mesmo”, “voltado para si mesmo”. O termo foi usado pela primeira vez em 1911 pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler.

    Somente após a Segunda Guerra Mundial o autismo começou a ser tratado como uma patologia diferenciada.

    O código CID para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é 6A02, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Esse código entrou em vigor no Brasil em 1º de janeiro de 2025.

    Segundo o especialista em neuropsicologia Dr. Mayck Hartwig, o autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição do neurodesenvolvimento que se manifesta nos primeiros anos de vida, caracterizada por dificuldades nas áreas de interação e comunicação social, além de padrões de comportamento, interesses ou atividades restritos e repetitivos. É um espectro, ou seja, a forma como o autismo se manifesta varia significativamente de pessoa para pessoa. O Dr. Mayck Hartwig é Doutor em Psicologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), onde pesquisou bilinguismo, comunicação e interação social em crianças bilíngues com Transtorno do Espectro Autista TEA, configurando-se uma pesquisa pioneira no campo do TEA em povos tradicionais no Brasil. Especializado em Terapia Cognitivo-Comportamental e Neuropsicologia, atua como psicoterapeuta e neuropsicólogo clínico.

    Visão geral

    TEAs são um grupo de condições caracterizadas por algum grau de alteração do comportamento social, comunicação e linguagem, e por um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades.

    TEAs aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta.

    As pessoas afetadas pelo TEA frequentemente têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

    O nível intelectual varia muito de um caso para outro, variando de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.

    Fatos importantes

    • O autismo – também conhecido como transtorno do espectro do autismo TEA – constitui um grupo diversificado de condições relacionadas ao desenvolvimento do cérebro.
    • Cerca de 1 em cada 100 crianças tem autismo.
    • As características podem ser detectadas na primeira infância, mas o autismo muitas vezes só é diagnosticado muito mais tarde.
    • As habilidades e necessidades das pessoas autistas variam e podem evoluir com o tempo. Embora algumas pessoas com autismo possam viver de forma independente, outras têm deficiências graves e necessitam de cuidados e apoio ao longo da vida.
    • Intervenções psicossociais baseadas em evidências podem melhorar a comunicação e as habilidades sociais, com um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida das pessoas autistas e dos seus cuidadores.
    • Os cuidados às pessoas com autismo precisam de ser acompanhados de ações a nível comunitário e social para uma maior acessibilidade, inclusão e apoio.

    De acordo com a forma como aparece, o TEA pode ser classificado em três tipos:

    – Autismo clássico: Grau de comprometimento pode variar de muito. De maneira geral, os indivíduos são voltados para si mesmos, não estabelecem contato visual com as pessoas nem com o ambiente; conseguem falar, mas não usam a fala como ferramenta de comunicação. Embora possam entender enunciados simples, têm dificuldade de compreensão e apreendem apenas o sentido exato das palavras, não compreendendo o duplo sentido ou as comparações.

    – Autismo de alto desempenho (também chamado de síndrome de Asperger): Os portadores apresentam as mesmas dificuldades dos outros autistas, mas numa medida bem reduzida. São falantes e inteligentes, chegando a ser confundidos com gênios, porque são invencíveis nas áreas do conhecimento em que se especializam. Quanto menor a dificuldade de interação social, mais eles conseguem levar uma vida próxima à normal.

    – Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE): Os indivíduos são considerados dentro do espectro do autismo, com dificuldade de comunicação e de interação social, mas os sintomas não são suficientes para incluí-los em nenhuma das categorias específicas do transtorno, o que torna o diagnóstico muito mais difícil.

    Causas do autismo:

    Atualmente pensa-se que há múltiplas causas para o autismo, entre elas, fatores genéticos, biológicos e ambientais. No entanto, saber o que ocorre com o cérebro dessas pessoas ainda é um mistério para a ciência.

    Tratamento:

    O TEA ainda não tem cura e cada paciente exige um tipo de acompanhamento específico e individualizado que exige a participação dos pais, dos familiares e de uma equipe de diferentes profissionais, como médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos, de forma a incentivar o indivíduo a realizar sozinho tarefas cotidianas, desenvolver formas de se comunicar socialmente e de ter maior estabilidade emocional.

    Recomendações para lidar com o autismo:

    – Ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um fator de desequilíbrio para toda a família. Por isso, todos os envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados;

    – É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;

    – Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;

    – Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o transtorno provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais individualizado.

    5 famosos artistas que receberam o diagnóstico autista.

    Elon Musk

    CEO da Tesla e SpaceX, Elon Musk disse que é autista e já se referiu a si mesmo como neurodivergente. Ele falou sobre o seu diagnóstico no show de comédia “Saturday Night Live”.

    Anthony Hopkins

    Ganhador do Oscar por sua atuação em “O silêncio dos inocentes”, Anthony Hopkins recebeu o diagnóstico de autismo aos 70 anos.

    Sia

    A cantora e compositora australiana sia é uma das famosas que se declarou autista. O diagnóstico foi quando ela tinha 46 anos.

    Danilo Gentili

    Humorista, apresentador e ator brasileiro, Danilo Gentili revelou seu diagnóstico de autismo em 2020. Ele revelou o diagnóstico ao entrevistar uma apresentadora com a mesma condição em seu programa “The noite”.

    Greta Thunberg

    A jovem ativista ambiental Greta Thunberg foi diagnosticada aos 12 anos.

    Avaliação e cuidados

    Uma ampla gama de intervenções, desde a primeira infância e ao longo da vida, pode otimizar o desenvolvimento, a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas autistas. O acesso oportuno a intervenções psicossociais baseadas em evidências precoces pode melhorar a capacidade das crianças autistas de se comunicarem de forma eficaz e interagirem socialmente. Recomenda-se a monitorização do desenvolvimento infantil como parte dos cuidados de saúde materno-infantis de rotina.

    É importante que, uma vez diagnosticado o autismo, sejam oferecidas às crianças, adolescentes e adultos com autismo e aos seus cuidadores informações relevantes, serviços, encaminhamentos e apoio prático, de acordo com as suas necessidades e preferências individuais e em evolução. Tudo em prol do seu bem-estar físico, emocional, mental, social e espiritual.

    Prof. Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.

    Especialista em neuropsicologia pela Minas Faculdade-MG.

    Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.

    Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.

    Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).

    Fonte

    https://ama.org.br/site/autismo/definicao/

    https://mayckhartwig.com.br/sobre-mim/

    https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/autism-spectrum-disorders

    https://extra.globo.com/entretenimento/noticia/2024/06/no-dia-do-orgulho-autista-veja-11-famosos-que-ja-receberam-o-diagnostico.ghtml

    ASSUMPÇÃO JR, Francisco B, KUCZYNSKI, Evelyn. Diagnóstico diferencial psiquiátrico no autismo infantil. Em: SCHWARTZMAN, José Salomão; ARAÚJO, Ceres Alves de. Transtornos do espectro do autismo. São Paulo: Memnon, 2011.

    AYAN, Steve. Apenas diferente. Em: Doenças do cérebro: autismo, volume 6, 2ªed. São Paulo: Duetto Editorial, 2012.

    BOSA, Cleonice, CALLIAS, Maria. Autismo: breve revisão de diferentes abordagens. Em: Psicol. Reflex. Crit. vol.13 n.1, p. 167-177, Porto Alegre, 2000.

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