O cuidado pastoral dos bispos que atuam no Brasil, desde o início das reuniões gerais da Conferência, em agosto de 1953, sempre se manifestou na escolha de temas de grande importância para as comunidades do País. O cardeal Aloísio Lorscheider, em texto de introdução ao volume dedicado ao Jubileu de Prata de fundação da CNBB, em 1977, dizia: “A CNBB, como expressão de afeto colegial, tem por finalidade primeira estudar assuntos do interesse comum da Igreja em nosso País, para melhor promover a pastoral orgânica”.
Pe. Gervásio Fernandes de Queiroga, autor do livro apresentado pelo cardeal Lorscheider, “CNBB. Comunhão e corresponsabilidade”, conta que a Conferência, desde os seus primórdios, tornou-se, “progressivamente, o organismo-chave da Igreja no Brasil, com influência e atuação crescentes na vida das Igrejas particulares que nela se congregam e no próprio País”. Nesse sentido da influência e atuação pode-se entender o processo de escolha e discussão dos temas das assembleias gerais.
Na primeira década de existência da CNBB, os bispos escolheram temas contundentes:
Igreja e Reforma Agrária (1954) e Igreja e movimento operário (1956)
Se o olhar sobre os temas principais privilegiar as temáticas sociais, por exemplo, pode-se registrar que já em Belém, na primeira assembleia geral da CNBB, os bispos refletiram sobre a responsabilidade em face da imigração. Naquela primeira década de assembleias outros assuntos vieram: Igreja e Reforma Agrária (1954) e Igreja e movimento operário (1956). Nesta mesma linha, outras grandes assembleias trataram de temas sociais: Pastoral da Terra (1980), Solo Urbano e Ação Pastoral (1982), Exigências cristãs de uma nova Ordem Constitucional (1986), Assembleia Nacional Constituinte (1987) e Educação (1990).
E é claro que os temas relacionados à organização interna da Igreja sempre foram considerados nas assembleias gerais do episcopado desde o início: Apostolado leigo (1953), Vida paroquial ajustada a nosso tempo e a nosso meio (1956), Renovação paroquial (1958), Plano de Emergência para a Mobilização geral da Igreja no Brasil (1962). Vários outros temas de grande relevância foram tratados nas décadas seguintes da história das assembleias gerais.
Duas assembleias trataram do mesmo tema:
Comunidade de comunidades: uma nova paróquia (2013/2014).
2012, Assembleia da CNBB, Aparecida (SP)
Nos últimos dez anos, as assembleias gerais trataram dos seguintes assuntos: Rumo à Conferência de Aparecida (2007), Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil (2008), Formação Presbiteral: Desafios e Diretrizes – Aprovação das Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil (2009), Discípulos e Servidores da Palavra de Deus e a missão da Igreja no mundo (2010), Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil/2011-2015 (2011), “A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja”(2012). Duas assembleias trataram do mesmo tema: Comunidade de comunidades: uma nova paróquia (2013/2014). E, seguida, vieram: Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – 2015- 2019 (2015) e, a última, Cristãos leigos e leigas na igreja e na sociedade (2016). Neste ano, o tema central da assembleia é Iniciação à vida cristã.
Fonte: CNBB