Karachi (Agência Fides) – Um médico homeopata pertencente à comunidade Ahmadiyya foi assassinado na sua clínica em Karachi em 20 de junho. Chaudhry Khaliq Ahmad foi assassinado por desconhecidos, enquanto se preparava para visitar os pacientes na sua clínica Sikandar Goth. Foi atingido várias vezes e morreu a caminho do hospital.
Trata-se do último de uma lista de homicídios contra representantes da comunidade ahmadiyya no Paquistão, seita muçulmana considerada pelos fiéis sunitas e xiitas “herética” e, por isso, marginalizada e perseguida. Os ahmadi não estão autorizados a se definir nem mesmo “muçulmanos”.
Nas últimas cinco semanas, vários foram os assassinatos motivados somente pelo ódio religioso: em 5 de junho, outro médico, Hameed Ahmed, foi assassinado diante de sua casa em Attock por dois homens não identificados. Em 25 de maio, Daud Ahmad foi morto perto de sua casa no mesmo bairro em Karachi.
Como apurado por Fides, o porta-voz da comunidade muçulmana Ahmadiyya no Paquistão, Salim Ud Din, disse: “Estou chocado e entristecido com a notícia do homicídio de Chaudhry Khaliq Ahmad. As palavras não podem descrever a dor que eu e todos os ahmadi, no Paquistão e em todo o mundo, sentimos por causa deste ato atroz. Parece que não há trégua para os Ahmadi inclusive no mês sagrado do Ramadã. Somos alvos de modo claro e metódico. As autoridades devem agir rapidamente para acabar com esses homicídios indiscriminados”.
A Ong Christian Solidarity Worldwide declara numa nota enviada a Fides: “Estamos consternados com este infindável rastro de homicídios contra os membros da comunidade Ahmadiyya e com a impunidade que caracteriza esses ataques. Exortamos a polícia a prender e perseguir os responsáveis e pedimos ao governo do Paquistão que modifique a legislação discriminatória, adotando medidas adequadas para reduzir a vulnerabilidade da comunidade Ahmadiyya e de outras minorias religiosas no Paquistão”.
A comunidade Ahmadiyya, parte das minorias religiosas no Paquistão, foi declarada “não muçulmana” na Constituição de 1974.
Fonte: Agência Fides