Zamboanga do Sul (Agência Fides) – “Hoje, nas Filipinas, temos dois setores de atividades que continuam a explorar nossos recursos naturais, destruindo o meio ambiente e o esforço das instituições na proteção do meio ambiente. Esperamos e rezamos para que a sabedoria dos interessados em proteger o ambiente prevaleça sobre o interesse de empresas nacionais e internacionais que já destruíram boa parte da floresta das Filipinas, gerando muitas calamidades naturais relacionadas ao desflorestamento e à carência de reservas hídricas em diversas áreas do país”. É o que afirma em nota enviada à Fides o movimento para o diálogo islâmico-cristão “Silsilah”, fundado na cidade de Zamboanga do Sul (ilha de Mindanao) pelo missionário do PIME pe. Sebastiano D’Ambra.
O missionário observa à Fides: “Continuamos a crer que para proteger o meio ambiente é preciso educar as pessoas a respeitar a criação como dom de Deus. Em Zamboanga City, com outras instituições, fazemos parte da rede Friends of Zamboanga Watersheds Movement, voltada para a tutela das reservas hídricas de Zamboanga, em risco por causa dos negócios sem escrúpulos, que continuam a destruir o nosso país e piorar a situação das mudanças climáticas”.
“Para sensibilizar a população, como iniciativa simbólica – prossegue – lançamos a ideia de apagar todas as luzes durante uma hora, das 20h30 às 21h30. É preciso ouvir “o grito da Terra”, que Papa Francisco chama “nossa casa comum”, para promover um desenvolvimento sustentável e integral”.
“O diálogo com a criação – explica pe. D’Ambra – faz parte de um comportamento holístico e de uma espiritualidade que devemos desenvolver mais no mundo. O Papa Francisco, na Encíclcia Laudato Si, recorda que não se pode ver a questão das mudanças climáticas como um aspecto isolado, mas sim relacionado como o meio ambiente, a vida, a família e as relações sociais. O degrado da natureza é estritamente ligado à cultura que modela a convivência humana”.
“Nas Filipinas – conclui o missionário – os jovens pedem mudanças. Mas como se pode pretender construir um futuro melhor sem pensar na crise ambiental e nos sofrimentos dos excluídos? É preciso promover um novo diálogo sobre o modo em que plasmamos o futuro de nossa nação e de nosso planeta, incluindo o tema do impacto ambiental das políticas de desenvolvimento”.
Uma das questões principais na ilha de Mindanao se refere à indústria extrativista, confiada a empresas nacionais e multinacionais, responsáveis pelo desflorestamento para a extração de metais preciosos e o comércio de madeira de lei. Segundo ambientalistas e numerosas organizações da sociedade civil, as Filipinas devem desenvolver mais a própria agricultura e o setor turístico, o que permitiria respeitar a vida das populações indígenas presentes em Mindanao e que necessitam de acompanhamento no desenvolvimento. Organizações católicas, em rede com outras ONGs, estão comprometidas na promoção em Mindanao de programas de desenvolvimento em campos como saúde, serviços de base, instrução, tutela do meio ambientes, agricultura sustentável e assistência às empresas do setor agroalimentar.
Fonte: Agencia Fides