A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou a 10ª edição do Relatório Mundial da Felicidade através da Sustainable Development Solutions Network, que tem como base os dados para avaliar como as pessoas enxergam suas vidas em mais de 150 países. Pelo quinto ano consecutivo, a Finlândia é o país mais feliz do mundo, a Dinamarca, Islândia, Suíça e Holanda completam a lista das cinco nações onde moram as pessoas mais satisfeitas. A Finlândia tem honestidade como valor nacional. Enquanto o Brasil ocupa a 38ª posição, em último, o Afeganistão.
No norte da Finlândia, um homem pesca um salmão. O peixe é grande, mas dois centímetros menor do que manda a regra. Ele solta o animal na água. Ninguém está vendo, não há fiscalização. Apenas devolve o peixe “porque se todos pescarem assim, no futuro vai faltar”.
A história é citada pela professora e cientista de dados Sara Kfouri Koskinen, que é casada com o finlandês que pescou o tal salmão e mora no país há quatro anos. Esse é apenas um exemplo de uma lista que ela conta quando se pergunta sobre a honestidade naquelas terras frias. Esqueceu o celular no mercado? Devolvido na hora. Perdeu a luva na rua? Está pendurada na altura dos olhos, no mesmo local. Fez uma compra online? Pega na caixa de correio e deixa o dinheiro ali mesmo. A porta de casa? Sempre destrancada. Ouviu um elogio? É de verdade.
“A questão da honestidade é uma das coisas de que mais gosto aqui. As relações são muito mais francas, eles falam o que pensam, não tem joguinho. Há segurança em todos os aspectos da minha vida, me sinto protegida por essa cultura. A honestidade faz com que eu tenha tranquilidade e paz”, afirma Koskinen.
O relato também faz entender de forma mais clara como o conceito entra como um critério no ranking dos países mais felizes do mundo, em que a Finlândia foi vencedora pelo quinto ano consecutivo há poucos dias. Segundo especialistas, apoio social, honestidade e generosidade seriam as chaves para esse bem-estar. Não se trata de uma exigência apenas para governantes, mas de uma ideia que perpassa toda a população e cria um forte senso de comunidade. E, de acordo com estudos e especialistas, essa segurança também faz bem para a saúde.
As pessoas honestas são mais felizes e até desfrutam de uma saúde melhor. É assim que a Dra. Anita E. Kelly, professora de psicologia da Universidade de Notre Dame de Paris, revela. De acordo com seus estudos, ser honesto, não usar mentiras e ser genuíno consigo mesmo e o que você diz e faz gera maior bem-estar. Esse equilíbrio interno, essa paz de espírito reverte para a saúde.
Pessoas honestas valorizam acima de tudo a capacidade de construir relacionamentos baseados na confiança. Pessoas honestas têm poucos amigos, são sempre os mais autênticos, os mais genuínos, aqueles em que é gerada uma reciprocidade contínua e satisfatória. A honestidade é um princípio ético, de abissal respeito, de verdadeiro amor, um valor que ajuda a criar o indivíduo, a família e a sociedade mais integral, saudável, ou seja, com qualidade de vida. As pessoas honestas são mais felizes.
A honestidade é o fundamento poderoso em prol do bem-estar da saúde física, emocional e mental. É a virtude do caráter, a dignidade comportamental e a beleza de gratidão. “Pessoas honestas são grandiosos tesouros”. Ter a amizade delas, é obter transferências de gloriosas riquezas em todos os sentidos da vida.
Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.
Trabalha Clinicando na Comunidade de Ação Pastoral-CAP
Especialista em Psicanálise Clínica e Psicologia Social pela Faculdade Elvira Dayrell-MG.
Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.
Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – ONU.
Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica